Um estudo publicado na revista científica European Respiratory Journal, indica que a acumulação de gordura nas paredes das vias aéreas dos pulmões pode aumentar o risco de ter asma.
O estudo denominado por “Fatty Airways: Implications for Obstructive Disease“, é da autoria de John G. Elliot, Graham M. Donovan, Kimberley C.W. Wang, Francis H.Y. Green, Alan L. James, e Peter B. Noble.
Os cientistas estavam a estudar as mudanças nas vias aéreas associadas a doenças respiratórias quando notaram que as amostras de pulmão analisadas mostraram que o tecido adiposo se acumulava nas paredes das vias aéreas dentro dos pulmões.
Para perceber se essa acumulação de gordura estava relacionada com o peso corporal, a equipa analisou amostras post mortem de tecido das vias aéreas de 52 pessoas, incluindo 16 que morreram de causas relacionadas com asma, 21 que tiveram asma mas morreram de outras causas, e 15 que não tiveram histórico de asma antes da sua morte.
Ao usarem corantes especiais para analisar as amostras de tecido sob um microscópio, observaram tecido adiposo acumulado nas paredes das vias aéreas entre pessoas de cada um dos três grupos.
Essa quantidade de gordura nas paredes das vias aéreas estava ligada ao índice de massa corporal (IMC) de cada indivíduo, o que significa que se acumulava mais gordura em pessoas com IMC maior, em comparação com aquelas com IMC menor.
Esta acumulação de gordura pode levar a um engrossamento das vias aéreas, o que limita o fluxo de ar. O que pode explicar o porquê de a obesidade ser um fator de risco para a asma.
A ligação entre a obesidade e a asma é conhecida há vários anos, mas a razão para isto acontecer ainda não está completamente esclarecida. Alguns investigadores sugeriram que o excesso de peso exerce pressão direta sobre os pulmões, dificultando a respiração. Outros defenderam que a obesidade pode aumentar a inflamação por todo o corpo, o que contribui para a asma.
Este estudo sugere que a acumulação de gordura pode alterar a estrutura das vias aéreas de uma forma que aumenta o risco de asma.
Contudo, a equipa aconselha a realização de mais testes, para confirmar se o tecido adiposo das vias aéreas realmente contribui para a asma e se a perda de peso pode reduzir o risco desta doença inflamatória crónica das vias aéreas.
Pode consultar o estudo aqui.