O Dia Mundial sem Tabaco comemora-se a 31 de maio, o que deu o mote para uma ação inédita de rastreios à Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), promovida pela Fundação Portuguesa do Pulmão.
Esta ação vai possibilitar a realização de espirometrias gratuitas para a população, nas 18 capitais de distrito de Portugal Continental e, também, nos Açores e na Madeira, com o objetivo de detetar, de forma precoce, a presença de DPOC (ver aqui as freguesias e respetivas datas para os rastreios).
O “Dia Mundial sem Tabaco” será também assinalado no dia 31 de maio com uma ação de sensibilização e de rastreios espirométricos na Secretaria-geral da Presidência de Conselho de Ministros (SGPCM), com a presença do Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão, Prof. Doutor José Alves, visando a Cessação Tabágica.
Esta ação de rastreio espirométrico, exame que não é comum realizar-se nas consultas de rotina, tem como público-alvo fumadores e ex-fumadores com uma carga tabágica de 10 unidades maço/ano, o que corresponde a fumar 1 maço por dia durante 10 anos, que apresentem ou não sintomas de dificuldade respiratória, tosse, falta de ar (especialmente durante as atividades físicas), chiadeira no peito, aperto no peito e tosse crónica produtiva, mas sem diagnóstico de doença. Em 2018, as doenças respiratórias foram responsáveis por 13.305 (11,7%) óbitos em Portugal (1), onde a DPOC representou 2,5% da mortalidade em Portugal (com um aumento de 7,9% face a 2017) (1). É ainda de salientar que as doenças respiratórias mataram cerca de 36 pessoas por dia, em 2021, sendo que 90% das mesmas se devem ao consumo de tabaco, refere o Prof. Doutor José Alves.
A espirometria é um exame não invasivo que permite avaliar o funcionamento dos pulmões e dos brônquios e a sua realização demora cerca de dez minutos. Os resultados das espirometrias realizadas serão enviados para a Clínica do Pulmão onde serão analisados por médicos pneumologistas.
No caso de diagnóstico de DPOC, os doentes poderão agendar uma consulta gratuita na Clínica do Pulmão, se assim o desejarem.
Segundo o Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão, “diagnosticar a DPOC de forma precoce permite que se inicie um tratamento adequado, evitando a progressão natural da doença. A Fundação Portuguesa do Pulmão sente o dever de trabalhar a este nível para alterar a epidemiologia da DPOC, alterando a mortalidade e morbilidade inerentes.”
Sobre a Fundação Portuguesa do Pulmão
A Fundação Portuguesa do Pulmão é uma organização, sem fins lucrativos e de solidariedade social, instituída no dia 15 de junho de 2009.
Os seus fundadores são a Associação Nacional de Tuberculose e Doenças Respiratórias e um conjunto de personalidades preocupadas com a repercussão social das doenças respiratórias, que no seu conjunto são uma das principais causas de morbilidade, incapacidade de longa duração e mortalidade.
Cientes de que a promoção da saúde respiratória, a prevenção da doença e a defesa dos interesses e direitos dos doentes respiratórios são deveres de toda a Sociedade Civil, a Fundação é criada com o intuito de constituir um elemento dinamizador de ações que contribuam para a melhoria da saúde respiratória dos portugueses.
O que é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica?
A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é uma doença pulmonar comum, prevenível e tratável que é caracterizada por persistência de sintomas respiratórios associados a obstrução do fluxo de ar aos pulmões. Os sintomas incluem: dificuldade respiratória, tosse, produção de muco (expetoração) e sibilos. A principal causa de DPOC nos países desenvolvidos é o tabagismo. Pode ser também causada pela exposição a longo prazo a gases irritantes, produtos químicos poluentes ou a fumo passivo.
O diagnóstico é feito através de espirometria, um exame simples que mede o fluxo de ar nos pulmões.
Referências:
(1) Fundação Portuguesa do Pulmão. ONDR 2020 [Em Linha]. Capítulo “Carga da Doença Respiratória em Portugal”, da autoria de João Vasco Santos, Jorge Manuel Silva e Luís Amorim Alves. Disponível em https://www.fundacaoportuguesadopulmao.org/ficheiros/ondr2020.pdf: Acesso em maio de 2022