O projeto Fruta Feia evitou que, nos seis últimos anos, duas mil toneladas de fruta e legumes fossem parar ao lixo somente devido à sua aparência, colocando nas mãos dos 235 agricultores parceiros cerca de um milhão de euros.
Em declarações à Lusa, Isabel Soares, mentora da cooperativa Fruta Feia explicou que chegar a este número em seis anos de existência do projeto significa que este é “um modelo que funciona e que conseguiu, baseado na responsabilidade do consumidor, salvar duas mil toneladas [de alimentos] do lixo”. Segundo a responsável, este é também uma forma de contrariar o desperdício alimentar devido à aparência e poupar os recursos naturais, por detrás da produção.
A cooperativa Fruta Feia, que conta hoje com 235 agricultores como parceiros, resulta de uma ideia de Isabel Soares para aproveitar cerca de um terço da fruta e vegetais que os supermercados desperdiçam por considerarem que não têm o aspeto perfeito que os consumidores procuram ou o calibre necessário.
“Gente bonita come fruta feia” é o lema do projeto que pretende associar “bons ideais às pessoas que estão dispostas a comer” esta fruta não normalizada, para evitar o desperdício alimentar, concluiu Isabel Soares.
Os cabazes de fruta feia são distribuídos em diferentes dias da semana em algumas zonas da Grande Lisboa e Porto e são compostos por fruta e hortaliças, que variam semana a semana conforme a altura do ano. As cestas podem ser pequenas, com 3 a 4kg e cinco a sete variedades, pelo custo de três euros e meio, e grandes, com 6 a 8kg e sete a nove variedades, com o custo de sete euros.