From Subject Received Size Categories Sara Tome CI_Petição com quase 11 mil assinaturas é entregue no Parlamento para defender a igualdade no acesso ao tratamento do Cancro do Ovário qui 15:04 710 KB 413

Este ano, a associação Movimento Cancro do Ovário e outros Cancros Ginecológicos (MOG) assinala o Dia Mundial do Cancro do Ovário com a entrega da petição ‘Nenhuma mulher portuguesa com cancro do ovário deixada para trás’ na Assembleia da República. Até às 14h30 de hoje, a petição contava com 10.981 signatários. A petição foi criada para garantir que todas as mulheres portuguesas com cancro do ovário têm um acesso equitativo aos tratamentos, o que atualmente não acontece.

O cancro do ovário é o sétimo tipo de cancro mais comum entre as mulheres, com cerca de 314 mil novos casos por ano. É a quinta causa de morte por doença oncológica entre as mulheres, sendo o cancro ginecológico com maior taxa de mortalidade. Para as mulheres que recebem o diagnóstico de cancro do ovário, conseguir o acesso a um tratamento de manutenção em primeira linha pode fazer a diferença na sua vida, permitindo-lhes viver mais anos e com melhor qualidade. Não existe um registo nacional de cancro do ovário, mas estima-se que cerca de 560 novos casos foram diagnosticados em 2020.

Efetivamente, até há pouco tempo, Portugal era dos únicos países da Europa sem uma opção de tratamento de manutenção em primeira linha, financiada e disponível no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Contudo, esta terapêutica já existe no nosso país, mas apenas para doentes com mutação genética (sBRCA ou Gbrca).

“Esta decisão não é democrática, muito menos compreensível. As doentes sem mutação representam a maioria dos casos de cancro do ovário (85%) e apresentam maiores necessidades médicas. Quem tem capacidade financeira pode ter acesso a este tratamento nos hospitais privados, mas as mulheres e famílias que não têm meios monetários para fazer esse investimento, acabam por não ter acesso. Não podemos permitir que estas mulheres sejam deixadas para trás. Há mulheres a morrer e famílias a perder mães, irmãs e filhas por existirem lacunas no acesso a uma terapêutica que está disponível para todas as doentes noutros países da Europa”, reforça Cláudia Fraga, presidente da associação MOG e sobrevivente de cancro do ovário.