O tempo frio e seco no Nordeste Transmontano está a condicionar o aparecimento de várias espécies de cogumelos.
“As baixas temperaturas que se fazem sentir durante a noite estão a condicionar o aparecimento dos cogumelos. Contudo, com os dias solarengos vão aparecendo espécies comestíveis, como boletos ou sanchas, debaixo das folhas secas das árvores”, indicou à Lusa, Manuel Moredo, presidente da Associação Micológica A Pantorra, especialista neste tipo de fungos.
Segundo o micólogo, houve uma primeira fase, em fins de setembro até meados de outubro, em que apareceram “algumas quantidades” das várias espécies de cogumelos, contudo, como o tempo esteve seco não houve humidade suficiente para o desenvolvimento destes fungos silvestres.
Nesta segunda fase, as chuvas criaram algumas expectativas, mas o frio a falta de humidade estão a deixar os apanhadores apreensivos, já que os cogumelos são uma fonte de rendimento para algumas famílias que os comercializam junto da restauração ou os vendem para Espanha.
Manuel Moredo alerta ainda para o facto de que “os cogumelos são uma comida de risco e por isso se deve ter muita atenção na sua apanha e seleção”.
A Pantorra já identificou mais de 400 espécies de cogumelos no Nordeste Transmontano em mais de duas décadas, mas os seus especialistas estão convencidos de que há muitas mais por identificar, seja no Nordeste Transmontano como na província espanhola de Castela e Leão, territórios com características semelhantes.
Este ano, a quantidade de cogumelos para apanha diminuiu face a igual período do ano passado devido às baixas temperaturas registadas. Em 2020, por esta altura, verificaram-se temperaturas noturnas mais elevadas e mais humidade.