Da aposta na transição alimentar, em prol de um sistema sustentável, à alimentação saudável que diminui o desperdício. FoodLink e Alimenta são, respetivamente, os mais recentes projetos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) em prol de uma redução do impacto alimentar da capital no planeta.
“Pela primeira vez na nossa história colocamos como dimensão estratégica as questões ligadas à sustentabilidade ambiental e alimentar”, afirma Filipe Ferreira, Secretário Metropolitano da AML. O responsável explica que a iniciativa FoodLink, que promove uma rede para a transição alimentar em prol de um sistema sustentável, resiliente e economicamente dinâmico, foi colocada em ação, “finalmente”, depois de “um trabalho que, na prática, já tem dois anos”.
O objetivo passa por assegurar cerca de 15% do aprovisionamento alimentar da AML até 2030. Ou seja, esta percentagem de alimentos deve ser produzida de forma sustentável até ao final da década, com recurso à produção biológica e à proteção integrada, bem como através de soluções inovadoras como a redução de fitofármacos e conservação do solo e adaptação climática.
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“Trabalhamos nesta estratégia com muito atores territoriais, sendo um deles o Instituto de Ciências Sociais”, continua Filipe Ferreira, para explicar que foi esta ligação com o meio académico que tornou possível a identificação do “eixo fundamental da estratégia de desenvolvimento das questões da transição alimentar”.
Levar a alimentação sustentável a 2.8 milhões de habitantes
Desenvolvido pela AML, a ADREPES (Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal), A25 (Associação para o Desenvolvimento Sustentável da Região Saloia) e a Direção-Geral de Agricultura e Pescas, a AML Alimenta sensibiliza produtores e consumidores para uma alimentação sustentável e de proximidade.
“Como primeira iniciativa estamos a mapear os mercados municipais que neste momento trabalham com produtores locais”, explica Filipe Ferreira, que garante que “até ao final do ano pretendemos iniciar uma estratégia que irá abarcar os 2.8 milhões de habitantes da nossa região”. Através de uma estratégia de comunicação “muito dinâmica”, pretende-se “alertar para um conjunto de dimensões importantes, nomeadamente a relevância da dieta mediterrânica como elemento fundamental na nossa qualidade de vida“, bem como para “questões ligadas à sustentabilidade do consumo”.
Uma das componentes da iniciativa passa pela produção de um conjunto de menus sustentáveis junto da comunidade educativa. “Por isso, este projeto contempla a incorporação de nutricionistas que terão por missão esse trabalho de identificação. Não se pode ir para o terreno sem termos o apoio de profissionais especializados e é com muito gosto que iremos trabalhar com estes profissionais”, conclui.