O reaproveitamento de produtos da indústria alimentar, a escolha de ingredientes nacionais e a sustentabilidade das embalagens foram as principais apostas dos estudantes do ensino superior que concorrem na final do concurso Ecotrophelia Portugal.
A edição deste ano do Ecotrophelia Portugal, iniciativa promovida pela PortugalFoods que incita universitários a desenvolverem produtos alimentares inovadores, avaliou 20 propostas, mas apenas 10 foram consideradas os “mais inovadoras” para o setor alimentar português.
À agência “Lusa”, os estudantes responsáveis pelos projetos que vão competir no dia 21 de maio, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, afirmaram que o que tornou os seus projetos válidos para a disputa do prémio final foram fatores como a «valorização dos produtos nacionais» e o «aproveitamento de produtos desperdiçados pela indústria alimentar»,
Patrícia Dias e as colegas do mestrado em Engenharia Alimentar da Escola Superior de Biotecnologia do Porto avançaram que pensavam que «faltava algo às sobremesas tradicionais» e decidiram assim «trazer as sobremesas da avó» à competição: o arroz doce a aletria, mas com baixo teor de açúcar e poucas calorias.
Para «reinventar» alimentos utilizados pelos consumidores, nasceu o “TOLIVE”, um produto desenvolvido por quatro alunos do mestrado de Ciências do Consumo e Nutrição da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) tendo por base uma entrada de dois patês “gourmet e vegan”.
Já João Félix Silva e os colegas de mestrado em Tecnologia e Ciência da Universidade do Porto e da Universidade do Minho reaproveitaram a dreche para produzir uma granola que ajudar a manter «os níveis de colesterol».
Também a equipa de Maria Inês Novais, estudante do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, aproveitou cabeça, rabo e a primeira posta do salmão que «muitas vezes são consideradas desperdício», para fazer uma conserva, o “Salmar”.
Maria Ruiz e os colegas de mestrado de Tecnologia e Ciência Alimentar da Universidade do Porto aproveitaram soro de leite para fazer um húmus com «sabor que lembra o fumeiro», o “Whummey”.
Numa vertente de origem vegetal surgem três propostas. O “Delichí” é um snack “100% de origem vegetal” que «preenche várias necessidades nutricionais», disse à fonte Mariana Vala, aluna do Instituto Superior da Agronomia.
O “Sanckisy”, outro snack “100% de origem vegetal”, reutiliza subprodutos da indústria dos óleos vegetais, como a amêndoa e o amendoim, descreveu Sara Dias, estudante de mestrado em Tecnologia e Ciência Alimentar da Universidade do Porto.
Também “100% vegetal” é o conceito de hambúrguer criado por cinco estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, o “Ecoburguer” que pode ser uma «opção para pessoas vegetarianas», explicou Raquel Andrade.
Ana Fernandes e os colegas da Universidade de Aveiro, criaram uma bolacha saudável e “100% nacional” – a “Honey Bite” – que ao utilizar ingredientes produzidos em solo nacional «promove o país».
Já a equipa de Beatriz Silva, estudante de mestrado em Tecnologia e Ciência Alimentar da Universidade do Porto, criou um «snack doce e saudável», o “Plantcakes”, um preparado em pó «ao qual basta adicionar água» para fazer panquecas sem glúten.
À fonte, os estudantes universitários admitiram que uma das «grandes preocupações» foi a conceção de embalagens biodegradáveis, recicláveis e amigas do ambiente.