2 de outubro de 2018 Uma análise a 41 trabalhos de investigação sobre a relação da alimentação com a depressão, concluiu que os maus hábitos alimentares «podem induzir inflamação sistémica, podendo aumentar diretamente o risco de depressão». Esta investigação, publicada na revista científica “Molecular Psychiatry”, reuniu especialistas britânicos, espanhóis e australianos. Quem ingere regularmente fast food vê o risco de depressão a ser «significativamente» aumentado, concluíram os investigadores. Grandes quantidades de açúcar ou gordura nos alimentos leva a processos inflamatórios não só nos intestinos como em todo o organismo, o mesmo que faz o tabaco, a poluição, a obesidade ou a falta de exercício. Quando se torna crónica, esta inflamação sistémica «pode afetar a saúde mental ao transportar até ao cérebro moléculas pró-inflamatórias e também pode afetar os neurotransmissores responsáveis pela regulação do humor», esclarece a principal autora do estudo, Camille Lassale, do departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da University College London. A responsável sublinha ainda que o grupo de investigadores não acredita que a conclusão possa ser explicada por um maior consumo de «comida de plástico» por parte das pessoas deprimidas, mas antes por uma provável ligação causal (e não apenas uma associação) entre a alimentação e o problema de saúde mental. Os estudos analisados excluíam, de resto, as pessoas a quem tinha sido diagnosticada depressão. A conclusão não espanta Cosmo Hallstrom, especialista na doença ouvido pelo “The Guardian”, citado na revista “Visão”: «A química do intestino é muito semelhante à química do cérebro. Portanto, não é surpreendente que o que influencia o intestino possa influenciar também o cérebro». |