Famílias com crianças investem menos em fruta e legumes – Estudo 1702

Os agregados familiares com crianças são os que menos gastam em frutas e legumes, avança um estudo da Nielsen. Estas famílias privilegiam a compra dos chamados “produtos de conveniência” (refeições refrigeradas, conservas, take-away) que «facilitam o dia-a-dia» e também os produtos ditos de “indulgência” que «oferecem momentos de satisfação».

Esta é uma das conclusões a retiradas pela consultora Nielsen do seu “Painel de Lares”, no qual estão associadas três mil habitações de Portugal Continental cujos consumos são monitorizados regularmente. Dos registos entre 29 de janeiro de 2018 e 27 de janeiro de 2019, a Nielsen quis estabelecer o perfil do consumidor que mais se preocupa com uma alimentação saudável, como informa o jornal “Público” numa notícia.

Para esta análise, a Nielsen dividiu os lares em quatro grupos em função do seu consumo de frutas e legumes. No topo ficaram os agregados com um perfil mais sénior. «São 19% dos compradores e concentram 36% do valor gasto» naqueles produtos. As famílias mais jovens com crianças ficaram em último: representam 20% dos compradores e os seus gastos em frutas e legumes não ultrapassam os 5% do valor total da despesa dos lares portugueses no consumo deste tipo de alimentos.

A porta-voz da Nielsen, Andreia Carvalho, também referiu à fonte que, quanto aos lugares escolhidos para se fazer as compras, o estudo aponta que «os hipermercados têm mais relevância» entre os mais jovens, enquanto que os seniores «compram habitualmente em formatos de loja mais pequenos».

«Este é um perfil de famílias com vidas mais ativas, que se permitem a momentos de indulgência e que procuram produtos que lhes façam poupar algum tempo para as atividades de que mais gostam. Refira-se que, segundo o Índice de Confiança da Nielsen, a principal preocupação dos portugueses, para além da saúde, é o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional», adianta Andreia Carvalho.

Já para o segmento mais envelhecido da população, a porta-voz afirma que «o consumo de frutas e legumes no contexto de uma alimentação saudável é ainda um pilar essencial da sua alimentação», o que a leva a lançar a questão: «num cenário em que a saúde é a palavra de ordem, poderão as gerações mais jovens seguir o comportamento das mais antigas, numa espécie de “voltar às raízes” na aprendizagem de um estilo de vida mais saudável?».

Andreia Carvalho há esperança nesse sentido já que «a percentagem de portugueses que procuram ter uma alimentação mais saudável tem aumentado de ano para ano, assim como a introdução de frutas e legumes nos seus hábitos de consumo». Assim, existem «todos os motivos para acreditar que esta continuará a destacar-se como uma forte tendência no mercado nacional», conclui.