Dia Mundial da Atividade Física I 6 de abril
Especialista confirma benefícios da atividade física e identifica os melhores tipos de exercício para quem sofre destes problemas
Para quem sofre de doenças da tiroide, a prática de exercício pode estar longe do primeiro lugar na lista de prioridades. Mas Inês Sapinho, médica endocrinologista, confirma que tal como para a população em geral, também para estes doentes a atividade física tem vantagens. Aliás, “o facto de não se praticar exercício físico regular e adaptado à idade e à condição física, por si só leva a um agravamento do estado geral e ao aumento do cansaço. Sintomas muitas vezes atribuídos às alterações da função tiroideia, que desta forma podem melhorar”, confirma, numa mensagem deixada em antecipação ao Dia Mundial da Atividade Física.
“Reconhecido como um fator desencadeador de bem-estar e que contribui para a melhoria do humor”, o exercício físico é, por este motivo, “essencial para melhorar a qualidade de vida, que os doentes com alterações da tiroide sentem tão alterada”. Mas atenção: estes benefícios só se vão fazer sentir “se os exames da função tiroideia estiverem normais”. Caso contrário, “se a função tiroideia estiver alterada, com hipotiroidismo ou hipertiroidismo, haverá dificuldade em realizar as atividades do dia-a-dia, quanto mais exercício físico. O médico irá certamente recomendar a redução, ou mesmo a sua suspensão, até à normalização da função tiroideia. O que é fácil de compreender, sabendo que as hormonas tiroideias atuam no coração e no aparelho respiratório e, por consequência, na capacidade de resposta ao exercício”.
Assumindo que tudo está normalizado, há que avançar. Aqui, a especialista recomenda “associar exercício aeróbico com exercício de força muscular”, que considera “o treino mais completo. O primeiro melhora a função cardíaca, respiratória, o perfil lipídico e a perda de massa gorda, e o segundo mantém e desenvolve a massa muscular”. E, já agora, “escolher uma atividade que dê prazer, da qual se goste”, é meio caminho andado para o sucesso, sobretudo em tempos de pandemia, altura em que, segundo os dados da Direção-Geral da Saúde, mais de metade dos inquiridos num estudo publicado em maio de 2020 confirma ter reduzido a prática de atividade física, com menos de 1/5 a percecionar um aumento.
Ainda assim, Inês Sapinho revela que têm sido muitos os seus doentes que aproveitaram este momento para aumentar a prática de atividade física, considerando-a “como o grande auxílio para conseguir lidar com o sentimento de frustração existente”.
Além da prática regular de exercício físico, a especialista alerta também que seguir “uma dieta equilibrada e adequada é fundamental para o bem-estar e, obviamente, para o bom funcionamento da tiroide”. Em conjunto, estes dois hábitos saudáveis são excelentes aliados para a melhoria da qualidade de vida dos doentes com alterações na tiroide.