Excesso de peso responsável por quase 4% dos cancros no mundo 863

 

 

13 de dezembro de 2018

O excesso de peso é responsável por quase 4% dos cancros no mundo, com a prevalência a aumentar rapidamente na maioria dos países em todos os grupos populacionais, anunciou a Sociedade Americana de Cancro (SAC).

 

Políticas, sistemas económicos e práticas de marketing que promovem um consumo de alimentos muito calóricos, mas pobres em nutrientes mudaram os padrões comportamentais, aliados a uma atividade física insuficiente.

 

Ambientes construídos pelo homem amplificam estes fatores, que estão a provocar pelo mundo um aumento do excesso de peso, de acordo com um relatório da SAC.

 

O documento refere que o excesso de peso contribuiu para aproximadamente 3,9% de todos os cancros no mundo em 2012, uma situação que irá aumentar nas próximas décadas, face às tendências atuais.

 

A prevalência de excesso de peso tem aumentado desde os anos 70. Em 2016, cerca de 40% dos adultos e 18% das crianças e jovens (dos 5 aos 19 anos) tinham excesso de peso, o equivalente a quase 2.000 milhões de adultos e 340 milhões de crianças no mundo.

 

O relatório alerta para o facto de o excesso de peso ter aumentado rapidamente na maioria dos países, em todos os grupos populacionais.

 

«Algum do crescimento mais significativo do problema do excesso de peso aconteceu em países de baixos e médios rendimentos. Em resultado da expansão do estilo de vida ocidental, baseado em calorias, alimentos pobres em nutrientes, e reduzidos níveis de atividade física», refere a SAC num comunicado referente ao relatório, a que a agência “Lusa” teve acesso. 

 

«A nível mundial, o impacto económico de doenças relacionadas com o excesso de peso está calculado em dois biliões de dólares», de acordo com os dados citados pela mesma fonte.

 

O excesso de peso e a obesidade têm estado relacionados com um aumento do risco de 13 cancros, entre os quais o cancro da mama (pós menopausa), do colón e reto, dos ovários, do pâncreas, do estômago, da tiroide, mieloma múltiplo, da boca, da laringe e da faringe.

 

O relatório foi produzido por investigadores da SAC, do Imperial College de Londres e da Escola T.H. Chan de Saúde Pública da universidade norte-americana de Harvard.