Um novo estudo revela que ter peso a mais antes dos 50 anos aumenta o risco de desenvolver cancro do pâncreas, o tipo de cancro considerado mais mortal. Os dados foram apresentados este mês na reunião anual da American Association for Cancer Research.
Os investigadores relacionaram um aumento de 25% no risco de cancro do pâncreas a um aumento de cinco unidades de índice de massa corporal (IMC), para alguém que meça cerca de 1,70 e tenha entre 30 e 49 anos, avança uma notícia do portal “saúdeonline.pt”.
«As taxas de cancro do pâncreas têm aumentado constantemente desde o início dos anos 2000», fez notar Eric J. Jacobs, diretor científico da área epidemiológica da American Cancer Society e principal autor do estudo. O especialista reconhece que essa evolução é estranha, já que «o tabagismo – um importante fator de risco para o câncer de pâncreas – está a diminuir». A sobrevivência do cancro do pâncreas varia entre os 2 e os 8% – a mais baixa de entre as restantes doenças oncológicas.
Com o aumento da idade, a relação peso/risco de cancro vai diminuindo. As pessoas entre 50 e 59 têm um risco 19% superior, enquanto que esse valor se fixa nos 14% para pessoas na faixa etária dos 60 -69 anos. Este não é o primeiro estudo que faz uma relação direta entre o excesso de peso e o cancro – um trabalho publicado na revista “Lancet” apontava para um aumento do risco ligado à obesidade para cinco tipos de cancro (colorretal, endometrial, da vesícula biliar, do rim e ainda o mieloma múltiplo).
O investigador adverte, ainda assim, que o aumento da ocorrência não pode ser exclusivamente explicado com o aumento do peso. Eric Jacobs prevê, que o excesso de peso será causador de cerca de 28% das mortes por cancro do pâncreas de pessoas nascidas nos EUA entre 1970 e 1974. Na geração anterior (pessoas nascidas antes de 1950), o valor correspondia a metade – cerca de 15%, avança a fonte.
«O aumento de peso na população dos EUA é um provável suspeito, mas estudos anteriores indicaram que o excesso de peso está relacionado apenas a um aumento relativamente pequeno no risco, o que não parece suficiente para explicar os recentes aumentos nas taxas de cancro pancreático», avança o investigador.
«Os resultados sugerem que, para parar e eventualmente reverter os recentes aumentos nas taxas de cancro do pâncreas, precisamos de fazer melhor a prevenção do ganho de peso em crianças e adultos jovens, uma conquista que ajudaria a prevenir muitas outras doenças também», disse Jacobs.