Os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram uma verba de 35,7 milhões de euros para fornecer ajuda alimentar ao país, onde milhões de pessoas passam fome.
O montante será utilizado para fornecer ajuda alimentar a 500.000 pessoas e para distribuir produtos agrícolas e gado, segundo a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
“Durante a recente época agrícola, de outubro a maio, 80% do Zimbabué recebeu precipitação abaixo da média, o que levou os agricultores a perderem cerca de 70% das suas colheitas”, afirmou, ontem, a USAID, de acordo com a Lusa.
O programa de ajuda tem por objetivo, a curto prazo, combater a insegurança alimentar e, a longo prazo, melhorar as práticas agrícolas, explicou a embaixadora dos EUA, Pamela Tremont, numa conferência de imprensa em Harare, capital do Zimbabué.
Desde o início do ano, Washington já concedeu cerca de 62 milhões de dólares (56,7 milhões de euros) de ajuda ao Zimbabué, disse Tremont.
No início desta semana, o Governo do Zimbabué anunciou que as pessoas que passam fome receberiam 7,5 quilogramas de farinha de milho por mês, de julho a setembro, e 8,5 quilogramas de outubro a março do próximo ano.
O Zimbabué – que faz fronteira com Moçambique – juntamente com os países vizinhos Zâmbia e Malaui, é um dos países da África Austral mais afetados por uma grave seca ligada ao fenómeno El Niño.
Estes três países, que declararam recentemente o estado de catástrofe natural, estão a sofrer perdas consideráveis de colheitas, tendo entre 40% e 80% do seu milho sido dizimado.
No Zimbabué, considerado o celeiro de cereais da região, a falta de chuvas e as escassas colheitas permitem alimentar pouco mais de metade da população, deixando 7,6 milhões de pessoas dependentes de ajuda, segundo o Presidente, Emmerson Mnangagwa, que estimou, em maio, precisar de dois mil milhões de dólares (cerca de 1,8 milhões de euros) para responder à emergência.
Em junho, as Nações Unidas lançaram um apelo de 430 milhões de dólares (cerca de 395 milhões de euros).