Estudo sugere que beber água pode ajudar a prevenir risco de insuficiência cardíaca 1219

De acordo com um estudo, apresentado em agosto no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, manter uma boa hidratação pode desacelerar ou até mesmo evitar alterações no coração que levam à insuficiência cardíaca.

O trabalho, denominado por “Increased risk of heart failure is associated with chronic habitual hypohydration that elevates serum sodium above 142 mmol/l suggesting lifelong optimal hydration as preventive measure.”, é da autoria de Natalia Dmitrieva, do National Heart, Lung, and Blood Institute.

De acordo com as Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina norte-americanas, citadas no documento, a quantidade recomendada de líquidos para homens é de cerca de 3,7 litros, enquanto para mulheres é de 2,7 litros, o que é válido para todas as bebidas e até mesmo alimentos, pois 20% da ingestão de líquidos surge a partir de alimentos sólidos, e não apenas água.

Uma forma de medir a hidratação é por meio do sódio sérico. Quanto maior for a sua concentração, menor é a ingestão de líquidos. O sódio sérico acima da dos 135-145 mmol/l indica desidratação.

“No entanto, a concentração sérica de sódio permanece dentro de uma determinada faixa durante um longo período, o que provavelmente está relacionado com o consumo habitual de líquidos”, explicou Natalia Dmitrieva, no Congresso.

Para este estudo, os investigadores realizaram análises a 15 792 adultos com idades entre 44 e 66 anos.

Os participantes foram divididos inicialmente em quatro grupos, mediante a concentração média de sódio sérico de cada indivíduo. Para cada grupo, a equipa analisou a proporção de participantes que desenvolveram insuficiência cardíaca nos 25 anos seguintes.

A concentração sérica de sódio mais alta na meia-idade foi associada tanto à insuficiência cardíaca quanto à hipertrofia ventricular esquerda 25 anos depois.

Cada aumento de 1 mmol/l na concentração sérica de sódio na meia-idade foi associado a 1,20 e 1,11 aumento nas chances de desenvolver hipertrofia ventricular esquerda e insuficiência cardíaca, respetivamente, 25 anos depois.

Os riscos de hipertrofia ventricular esquerda e insuficiência cardíaca na idade de 70 a 90 anos começaram a aumentar quando o sódio sérico excedeu 142 mmol/l na meia-idade.

Estes resultados sugerem que uma boa hidratação ao longo da vida pode diminuir o risco de desenvolver hipertrofia ventricular esquerda e insuficiência cardíaca.

Constatou-se também que o sódio sérico superior a 142mmol/l aumenta o risco de efeitos adversos no coração. Esse nível de sódio está dentro da faixa normal e não seria rotulado como anormal nos resultados de testes de laboratório, mas poderia ser usado por médicos durante exames físicos regulares para identificar pessoas cuja ingestão habitual de líquidos deve ser avaliada.

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