Um estudo de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) descobriu como os glóbulos vermelhos podem ajudar a prever risco de morte e de enfartes do miocárdio.
O trabalho, denominado por “Red Blood Cell Distribution Width Predicts Myocardial Infarction and Mortality After Vascular Surgery–A Prospective Cohort Study”, é da autoria de Francisca Albuquerque, Marina Dias-Neto, João Rocha-Neves e Pedro Reis, e foi publicado no World Journal of Surgery.
A investigação “demonstrou que o RDW, um parâmetro hematológico que mede a diferença entre as células maiores e menores dos glóbulos vermelhos, pode ajudar a prever o risco de mortalidade e da ocorrência de enfarte agudo do miocárdio após a realização de uma cirurgia vascular às artérias”, indica a UP, no seu portal.
De acordo com os investigadores portugueses, “por cada aumento de uma unidade na amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos, o já designado RDW aumenta em 8% o risco de o doente sofrer um enfarte e em 10% o risco de mortalidade no período pós-operatório”.
“Outra das conclusões a que chegaram os investigadores está relacionada com a descoberta de três fatores que interferem no prognóstico após uma cirurgia arterial eletiva, nomeadamente, a idade do paciente, o seu estado funcional e o ser ou não portador de diabetes tratada com insulina”, indica a UP.
“O risco de morte aumenta 8% por cada ano de idade com que o paciente é submetido à cirurgia. O risco de enfarte aumenta cerca de cinco vezes em pacientes que são dependentes de terceiros para as suas atividades de vida diária, e no caso de doentes diabéticos que necessitam de tratamento com insulina, esse risco aumenta cerca de quatro vezes”, explica o estudo.
Apesar destas descobertas, o mecanismo fisiopatológico responsável pela associação encontrada ainda não é totalmente conhecido.
“Sabe-se que valores elevados neste parâmetro hematológico se associam a menor deformabilidade dos glóbulos vermelhos, o que por sua vez leva a uma maior propensão para o desenvolvimento de eventos trombóticos, bem como um compromisso do fluxo sanguíneo para os tecidos”, conclui Marina Dias Neto, uma das autoras do estudo, citada no portal da UP.
Pode consultar o estudo aqui.