Estudo refere que maioria dos sintomas da covid-19 persistente desaparece num ano em casos leves 572

“A maioria dos sintomas ou condições que se desenvolvem após uma infeção leve por covid-19 persistem durante vários meses, mas voltam ao normal num ano”, destacam os autores do estudo israelita publicado no British Medical Newspaper (BMJ).

O covid longo caracteriza-se pela persistência de sintomas após a infeção, ou pelo aparecimento de novos sintomas mais de quatro semanas após uma infeção inicial.

Maytal Bivas-Benita, investigadora do Instituto Israelita de Investigação KI e coautora do estudo, destacou à agência France-Presse (AFP) que está “encorajada” pelos resultados, num contexto em que existem receios sobre a duração dos sintomas.

“A grande maioria dos pacientes ficará bem depois de um ano, e acho que isso é uma boa notícia”, realçou.

Os resultados da investigação mostram ainda que “as pessoas vacinadas estiveram menos expostas ao risco de dificuldades respiratórias – o efeito mais frequente observado em caso de doença ligeira – do que as pessoas não vacinadas”, sublinhou ainda.

Apenas pequenas diferenças foram observadas no estudo entre pacientes do sexo masculino e feminino.

Em contraste, as crianças desenvolveram menos efeitos do que os adultos durante a fase inicial da covid-19, sintomas que desapareceram na maioria no final do período, com resultados semelhantes para todas as diferentes variantes do covid-19 testadas.

“Estes resultados sugerem que, embora o fenómeno da covid-19 persistente seja temido e discutido desde o início da pandemia, a grande maioria dos casos de infeção leve não sofre de sintomas graves ou crónicos a longo prazo”, apontam os investigadores.

O estudo foi realizado com base em registos eletrónicos do segundo maior fundo de seguro de saúde de Israel, Maccabi Healthcare Services, dos quais quase dois milhões de membros foram testados para a covid-19 entre 01 de março de 2020 e 01 de outubro de 2021.

Em setembro, pelo menos 17 milhões de pessoas na Europa tinham sofrido de covid-19 persistente nos primeiros dois anos da pandemia, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde.