11 de Março de 2016 Quase 60% dos inquiridos, participantes num estudo hoje divulgado, consomem água da rede pública e, destes, 12,4% têm sistemas de tratamento doméstico, que podem introduzir «alterações nefastas na água resultando num produto com deficiente qualidade higiénica ou com baixo valor alimentar». Este é um dos alertas deixado pelos responsáveis do inquérito aos hábitos de consumo de água dos portugueses, que será apresentado pela coordenadora do Departamento de Saúde Ambiental do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), Helena Rebelo. «A sensibilidade e os conhecimentos dos cidadãos relativamente aos vários aspetos relacionados com a qualidade da água nem sempre é a mais adequada o que pode levar muitas vezes a escolhas incorretas», acrescentam, citados pela “Lusa”. Por outro lado, «3,8 % dos inquiridos consomem água de origens não controladas o que constitui um risco potencial para a saúde, caso estas águas não sejam controladas e corrigidas». O inquérito foi lançado online a 14 de fevereiro de 2014 e durante 18 meses recebeu contributos, obtendo um total de 757 respostas, das quais a maioria, ou 557, foram de mulheres, e os seus promotores referem que «os resultados obtidos representam apenas orientações uma vez que não são extrapoláveis para a população». Quanto à origem, 96,2% dos inquiridos opta pela rede pública de distribuição (58,4%) ou água acondicionada (37,8%), o que é «garantia de acesso a uma água de qualidade», a que se juntam 2,5% que consome água de fontanários públicos e 1,3% de captações particulares. O estudo revela ainda que 8,1% dos inquiridos que consomem da rede pública registam alterações organoléticas, no aspeto da água, o que pode ser explicado pelo desenvolvimento de processos de corrosão no sistema predial pela instalação de tratamentos domésticos. Aliás, a razão apontada por 40% dos inquiridos para instalar sistemas de tratamento relaciona-se com as alterações organoléticas, enquanto para 23,6% a decisão se deve à desconfiança na água distribuída. Entre aqueles que bebem água engarrafada, 17,1% não variam de marca e o estudo salienta que «o consumo permanente de uma água com (muito) baixa mineralização não é desejável por ser um produto com fraco valor alimentar que poderá levar a estados de carência mineral». A apresentação dos resultados do inquérito vai decorrer durante as Primeiras Jornadas da Água: uma Questão de Saúde Pública” que decorrem hoje em Lisboa. |