Em Portugal, mais de metade (52,7%) dos doentes com Mieloma Múltiplo (MM) abandonou a sua atividade profissional devido ao seu estado de saúde. A conclusão é do estudo “Viver com Mieloma Múltiplo: Impacto na Vida dos Doentes em Portugal”, divulgado no âmbito do Mês de Consciêncialização para o Mieloma Múltiplo, que se assinala em março. A própria doença, os efeitos secundários dos tratamentos e a necessidade de reajustar e adaptar as rotinas diárias às exigências da patologia são as principais fontes de sofrimento emocional relatadas pelos doentes.
Este é um estudo pioneiro, de âmbito nacional, cujo objetivo foi o de explorar o impacto do MM na vida dos doentes, com foco na carga emocional e social e nas necessidades ainda não abrangidas. Foi promovido pela Takeda Portugal, em colaboração com a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), a Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL) e a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL).
O estudo também revela que 36,6% dos doentes afirmam que necessitam de apoio psicológico para ajudar na gestão da sua doença, com 25,8% a referirem que as visitas hospitalares por motivo de tratamento e/ou consultas médicas têm um forte impacto na gestão do seu dia-a-dia.
A maioria dos doentes (87,1%) nunca tinha ouvido falar de MM até ao momento do diagnóstico, apresentando preocupação e tristeza aquando do diagnóstico, evidenciando a necessidade de uma maior consciencialização sobre a doença, que garanta uma melhor gestão da mesma. 62,4% dos doentes inquiridos referem que sentiram necessidade de procurar informação junto do seu hematologista, do médico assistente e na Internet. Um maior esclarecimento sobre os seus direitos, partilha de experiências e apoio financeiro foram identificadas como necessidades-chave não atendidas.
“O Mieloma Múltiplo é o terceiro cancro hematológico mais comum em todo o mundo. Embora considerado incurável, pode ser controlado. Investir em literacia e em campanhas que permitam gerar maior conhecimento acerca desta patologia é fundamental para ajudar os doentes e os seu cuidadores a gerir a sua doença”, refere a Prof. Cristina João.
E acrescenta: “Da mesma forma, compreender o impacto do Mieloma Múltiplo na vida dos doentes e as necessidades que persistem, representa um contributo crucial para a investigação médica e social e poderá mesmo contribuir para o desenvolvimento de tratamentos mais inovadores, para além de ajudar a melhorar a adaptação psicossocial às exigências desta doença”.
O estudo envolveu 84 doentes portugueses e nove prestadores de cuidados informais. Foi realizado através de um inquérito validado pelos autores e transmitido através de uma plataforma online, sendo as respostas fornecidas no mesmo sistema, de forma anónima.
O Mieloma Múltiplo é uma doença rara e representa, aproximadamente, 1% de todos os cancros diagnosticados em todo o mundo. Em Portugal, são diagnosticados cerca de 800 novos casos por ano. A maioria das pessoas diagnosticadas com MM tem mais de 65 anos, podendo surgir em doentes mais jovens, e a incidência é ligeiramente maior nos homens. Os principais sintomas passam por dores nos ossos, anemia, insuficiência renal, fadiga e fraturas. O MM não tem cura, mas com a terapêutica adequada é possível controlar a doença. A taxa de sobrevivência aos cinco anos para doentes com mieloma múltiplo é de aproximadamente 55%.
Sobre a Takeda:
A Takeda é uma empresa biofarmacêutica líder mundial, sediada no Japão, baseada em valores e orientada para a I&D. A Takeda em Portugal foca os seus esforços em quatro áreas terapêuticas: Oncologia, Gastrenterologia, Hemofilia & Plasma e Doenças Raras Genéticas. Também investimos em I&D direcionada para Neurociências e Vacinas. Estamos focados em desenvolver terapêuticas altamente inovadoras que façam a diferença na vida das pessoas, superando fronteiras com novas opções terapêuticas e impulsionando o nosso forte sistema colaborativo de I&D e competências para criar um pipeline robusto e diversificado. Os nossos colaboradores estão empenhados em melhorar a qualidade de vida dos doentes e em trabalhar com os nossos parceiros nos cuidados de saúde em aproximadamente 80 países e regiões. Para mais informação, visite www.takeda.pt.
Referências
1 Sousa H, Cunha L, Barbosa I, Chacim S, Francisco A, Tato J, João C. “Living with multiple myeloma: Impact of the disease on patients’ life in Portugal”, 2023. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.sph.org.pt/images/reuniao_anual/2022/livro_resumos_SPH_2022.pdf. Consultado em fevereiro de 2023.
2 International Agency for Research on Cancer. World Health Organization. All cancers. 2020. Disponível em:
https://gco.iarc.fr/today/data/factsheets/populations/900-world-fact-sheets.pdf. Consultado em fevereiro de 2023.
3 Multiple myeloma in Portugal: incidence, prevalence, mortality, and treatment pattern. Disponível em: https://library.ehaweb.org/eha/2020/eha25th/297938/rui.filipe.bergantim.multiple.myeloma.in.portugal.incidence.prevalence.html?f=listing%3D0%2Abrowseby%3D8%2Asortby%3D2%2Asearch%3DMULTIPLE+MYELOMA+IN+PORTUGAL%3A+INCIDENCE%2C+PREVALENCE%2C+MORTALITY+AND+T. Consultado em fevereiro de 2023.
4 National Institute of Health. Cancer Stat Facts: Myeloma. Disponível em: https://seer.cancer.gov/statfacts/html/mulmy.html. Consultado em fevereiro de 2023.
5 https://www.apcl.pt/pt. Consultado em fevereiro de 2023.
6 American Cancer Society. Early Detection, Diagnosis, and Staging. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/multiple-myeloma/detection-diagnosis-staging/survival-rates.html. Consultado em fevereiro de 2023.