14 de abril de 2016
Vários estudos têm demonstrado, ao longo dos anos, que os óleos vegetais ajudam a reduzir o nível de colesterol e que, por isso, são melhores para o coração. Essa hipótese é agora posta em causa pelo “British Medical Journal”, que publica uma série de trabalhos de uma equipa norte-americana cujas conclusões fogem a essa regra.
A equipa retomou uma investigação sobre o tema, feita em Minnesota, nos Estados Unidos, entre 1968 e 1973, e cujos resultados ainda não tinham sido divulgados.
Os participantes foram distribuídos de forma aleatória pelos grupos de controlo e não controlado. O estudo comparou quase 10 mil pessoas: metade recebeu uma alimentação que incluía, sobretudo, gorduras saturadas (carne, manteiga, margarina); e a outra, óleos vegetais ricos em ácido linoleico (ómega 6), como o óleo de milho ou de girassol.
Nessa investigação, os investigadores observaram uma queda na taxa de colesterol na ordem dos 13%, mas não na redução das doenças cardiovasculares, nem na mortalidade. Pelo contrário, constataram que quanto maior o consumo de óleos vegetais e menor o nível de colesterol, maior era risco de mortalidade: aumentando 22% cada vez que o colesterol caía 30mg/dL.
Consultando dados não publicados de outros estudos, entre eles um feito em Sydney entre 1966 e 1973, os cientistas encontraram resultados similares. «Os dados existentes procedentes de estudos randomizados mostram que a substituição das gorduras saturadas por óleos vegetais reduz o nível do colesterol, mas não as mortes cardiovasculares ou outras», destacam.
Entre as hipóteses antecipadas, os especialistas citam fenómenos de «oxidação» que podem aumentar o risco cardíaco, mesmo que o nível de colesterol “mau”, o LDL, caia. Essa oxidação pode ser mais significativa em alguns grupos de risco, como os fumadores, pessoas que bebem muito álcool ou idosos. |