Um novo estudo, publicado na revista científica Heart, sugere que uma nova versão da dieta mediterrânica pode ter ainda mais benefícios para a saúde do que a original.
Classificada como Património Mundial e Imaterial da Humanidade pela UNESCO, a dieta mediterrânica é considerada um dos padrões alimentares mais saudáveis do mundo.
Agora, um novo estudo sugere que a restrição adicional de carne e um aumento do consumo de vegetais ricos em proteínas pode beneficiar ainda mais o estado cardiometabólico e reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
A investigação, denominada por “The effect of green Mediterranean diet on cardiometabolic risk; a randomised controlled trial“, é da autoria de Gal Tsaban, Anat Yaskolka Meir, Ehud Rinott, Hila Zelicha, Alon Kaplan, Aryeh Shalev, Amos Katz, Assaf Rudich, Amir Tirosh, Ilan Shelef, Ilan Youngster, Sharon Lebovitz, Noa Israeli, May Shabat, Dov Brikner, Efrat Pupkin, Michael Stumvoll, Joachim Thiery, Uta Ceglarek, John T Heiker, Antje Körner, Kathrin Landgraf, Martin von Bergen, Matthias Blüher, Meir J Stampfer e Iris Shai1.
Este estudo teve como objetivo verificar o efeito de uma dieta mediterrânica, enriquecida com alimentos vegetais e menor ingestão de carne, sobre o risco cardiometabólico.
Durante o ensaio clínico distribuíram aleatoriamente 294 pessoas sedentárias e moderadamente obesas (IMC de 31) com idade média de 51 em três grupos.
O primeiro recebeu orientações sobre como aumentar a atividade física e orientações básicas para alcançar uma alimentação saudável.
O segundo recebeu a mesma orientação de atividade física, mais conselhos sobre seguir uma dieta mediterrânea tradicional com restrição calórica (1500-1800 kcal/dia para homens e 1200-1400 kcal/dia para mulheres). Esta dieta era pobre em carboidratos simples, rica em vegetais, com aves e peixes substituindo a carne vermelha, e com 28 g/dia de nozes.
O terceiro grupo recebeu orientação de atividade física, assim como de aconselhamento sobre como seguir uma versão “verde” com restrição calórica semelhante da dieta mediterrânica. Esta incluiu 28 g/dia de nozes, sem carne vermelha e com maiores quantidades de matéria vegetal. Incluiu também 3-4 chávenas/dia de chá verde e 100 g de cubos congelados de Wolffia globosa (cepa de Mankai cultivada).
Após seis meses, foi avaliado o efeito de cada uma das dietas na perda de peso e nos fatores de risco cardiovascular e metabólico.
Os voluntários que estavam em ambos os tipos de dieta mediterrânica perderam mais peso. A dieta saudável fez perder uma média de 1,5 kg, a dieta mediterrânica clássica fez perder 5,4 kg, e a dieta mediterrânica “verde” fez perder 6,2 kg.
Os investigadores constataram ainda melhorias em fatores de risco cardiovascular e metabólico dos voluntários que seguiram a nova versão da dieta mediterrânica. Verificou-se uma diminuição da tensão arterial, resistência à insulina e um importante marcador de inflamação, a proteína C reativa. Além disso, a proporção de colesterol “bom” para colesterol “mau” também aumentou.
Pode consultar o estudo aqui.