Estudo: Mudanças na alimentação podem prevenir doença oftalmológica 800


30 de outubro de 2017

Uma investigação de José Paulo Andrade, do Cintesis, hoje divulgada, concluiu que a alimentação tipicamente ocidental, rica em fritos, snacks salgados e carne vermelha em abundância, poderá estar associada ao aumento do risco de ter degenerescência macular da idade.

O investigador refere, em comunicado, que «a evidência científica atual mostra que os doentes com degenerescência macular da idade devem ser aconselhados a aumentar o consumo de vegetais de folha verde, a comer peixes gordos e a seguir o padrão alimentar mediterrâneo, que tem também benefícios noutras doenças», citou a “Lusa”.

A degenerescência macular da idade (DMI), uma doença oftalmológica, é atualmente a principal causa de cegueira no mundo ocidental, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo dados disponibilizados pelo Cintesis – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, em Portugal, haverá cerca de 350 mil pacientes com DMI. Todos os anos surgem cerca de 45 mil novos casos da forma precoce da doença e cerca de 5 mil com a forma tardia.

O autor do estudo, para o qual contribuiu também a investigadora e oftalmologista Ângela Carneiro, da Universidade do Porto, salienta que «existe um risco menor de desenvolver DMI nos indivíduos que aderem à dieta mediterrânica, privilegiando o consumo de frutas, legumes, pão, frutos secos, azeite e peixe».

O especialista considera que o papel dos profissionais de saúde na educação dos doentes pode e deve ser melhorado, de modo a reduzir a prevalência de DMI precoce, diminuir o número de casos de DMI avançada e, consequentemente, fazer baixar as despesas elevadas e em crescimento associadas ao tratamento desta doença.

A DMI é uma doença degenerativa que afeta progressivamente a zona central da retina (mácula) e a visão central, condicionando significativamente a autonomia e a qualidade de vida dos doentes.

O estudo, com o título “Nutritional and Lifestyle Interventions for Age-Related Macular Degeneration: a Review”, foi publicado na revista “Oxidative Medicine and Cellular Longevity”.