Estudo mostra vantagens no jejum intermitente 1400

De acordo com um ensaio clínico da Universidade de Graz, na Áustria, as pessoas que fazem jejum durante 36 horas e depois comem o que querem durante um período de 12 horas perdem mais de três quilos num mês.

Os resultados do estudo vêm acrescentar informação relevante à discussão que opõe a dieta consistente e a dieta intermitente.

Esta análise mostra também, que passados seis meses a manter este tipo de dieta, o sistema imunitário permanece estável, ao contrário de outras dietas que não envolvem jejum, mas restringem o consumo calórico diário.

Os investigadores acreditam que a eficácia desta dieta pode vir da forma como ela imita os padrões de alimentação do Homem primitivo de há milhares de anos, que não tinha comida disponível todos os dias.

Contudo, alertam, pode não ser segura para toda a gente e a sua eficácia a longo prazo precisa ainda de ser comprovada.

“A melhor parte do jejum intermitente rigoroso é que não necessita que os participantes contem as suas refeições ou calorias: eles apenas têm de não comer nada durante um dia”, indicou Thomas Pieber, diretor de endocrinologia da faculdade e coautor do estudo.

Este estudo envolveu 60 participantes, e foi distribuído por dois grupos: um em que praticavam o jejum intermitente e outro de controlo, em que levavam uma dieta diária normal. O grupo do jejum manteve um diário onde registavam as comidas consumidas e foi alvo de testes regulares à glucose, para garantir o rigor da sua dieta.

Os cientistas descobriram que, em média, o grupo do jejum comia normalmente durante as 12 horas em que lhes era permitido comer ilimitadamente. Cada membro obteve uma restrição calórica de 37% e perdeu, em média, 3,5 kg após 4 semanas de ensaio.

Trinta participantes adicionais foram colocados a fazer jejum intermitente durante seis meses, para testar os efeitos desta dieta num maior período de tempo. Os resultados foram positivos: o sistema imunitário permaneceu estável e registou-se uma diminuição da gordura abdominal em todos os participantes. O grupo apresentou ainda um nível baixo da hormona triiodotironina, o que pode ser um indício do aumento da esperança média de vida.

O coautor do estudo Frank Madeo adverte: “sentimos que é um bom regime por alguns meses, para pessoas obesas reduzirem o peso, ou pode até vir a ser uma intervenção clínica útil em doenças causadas por inflamação. Contudo, é necessária mais investigação antes que possa ser aplicado à prática quotidiana”.