Estudo mostra relação entre genética e obesidade abdominal em meninas 1078

Segundo um estudo realizado pela Universidade de Coimbra (UC), e publicado no American Journal of Human Biology, existe uma associação positiva entre um gene (FTO) e a obesidade infantil em meninas.

Este estudo da equipa do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC foi realizado no âmbito de um projeto sobre “Desigualdades na obesidade infantil: o impacto da crise económica em Portugal de 2009 a 2015”, coordenado por Cristina Padez, e cofinanciado pelo programa “COMPETE 2020, Portugal 2020” e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Segundo um comunicado o estudo pretendia “perceber também se a atividade física, medida objetivamente com acelerómetros, pode moderar o efeito da variante FTO rs9939609 na obesidade em crianças”.

O estudo indica que “existe uma associação forte e significativa entre o polimorfismo de nucleótido simples do gene associado à obesidade FTO (fat mass and obesity-associated gene) e o risco de obesidade abdominal em meninas, mas não em meninos”.

“Surpreendentemente, verificou-se que a prática de atividade física, seja maior ou menor, não vai atenuar a influência do gene FTO no ganho de peso corporal em crianças, ao contrário do que se verifica em adultos, como se demonstrou num estudo anterior realizado com jovens adultos portugueses”, indica o comunicado.

“Isto significa que é importante incentivar a atividade física em todas as crianças, independentemente da sua suscetibilidade genética para a obesidade, pelos inúmeros benefícios para a saúde infantil”, sublinha o dito comunicado.

O estudo ainda indica que as meninas são um grupo de maior risco por serem mais sedentárias e mais suscetíveis a ganhar peso.

A amostra foi composta por 440 crianças portuguesas (213 meninas e 227 meninos), com idades entre os 3 e os 11 anos, de várias escolas públicas da região Centro do país.