Um estudo, denominado “Transição Ecológica”, realizado pelo Cetelem – BNP Paribas Personal Finance em parceria com os Conselheiros do Comércio Externo de França (CCEF) em Portugal, revela que 52% dos consumidores portugueses já compram produtos sustentáveis.
A pandemia de covid-19 alterou os padrões de consumo, não só no que diz respeito aos canais utilizados para comprar, mas também sobre como são produzidos certos bens.
Nove em cada 10 inquiridos confirmam valorizar produtos, empresas e marcas sustentáveis. No entanto, no momento de comprar só 11% afirma escolher exclusivamente empresas e produtos sustentáveis. Ainda assim, existe já uma maioria de consumidores (52%) que dizem já adicionar algumas vezes estes produtos ao seu carrinho de compras.
Esta escolha pelo sustentável não é sempre posta em prática pela maioria dos cidadãos, com 61% dos consumidores a revelar que para a generalidade dos produtos dão pouca ou nenhuma preferência a matérias de sustentabilidade, como é o caso dos brinquedos, roupa, calçado ou outros acessórios (56%), ou em produtos de higiene pessoal, cosmética e maquilhagem (51%).
Contudo já se notam algumas categorias em que há uma maior adesão à sustentabilidade, como nos alimentos (62%), material escolar e de escritório (56%) e nos produtos tecnológicos (52%).
E é neste campo que os portugueses se tornam mais exigentes, com 76% dos consumidores inquiridos a acharem fundamental que mais produtos e serviços tenham um certificado ambiental para que possam rastrear a origem e a qualidade dos produtos. Contudo, 74% dos inquiridos não pretende pagar mais por produtos e/ou serviços sustentáveis.
Esta atitude pode-se explicar devido às consequências económicas consequência do covid-19, pois 92% consideram que a sua disponibilidade financeira para comprar produtos/serviços sustentáveis é reduzida.
Contudo, se formos comparar estes dados com anos anteriores, verificamos que existem cada vez mais consumidores disponíveis para pagar mais por estes produtos (26%, mais 15 pontos percentuais face a 2019).
No entanto, 13% destes inquiridos declara estar disponível apenas para pagar até mais 5% por um produto que seja sustentável, 10% estaria disponível para pagar 5% a 10% a mais do preço e só 3% estaria disponível para pagar mais que este valor (respostas que pertencem a pessoas das classes mais elevadas, em idade ativa e residentes nas cidades).
Mas os portugueses estão otimistas, e 72% acreditam que as empresas irão acelerar as medidas para a transição ecológica, até porque 80% consideram que a pandemia acelerou a urgência destas medidas para evitar uma futura crise ambiental que poderá ter efeitos similares.
Quanto à crise ambiental, os dados mostram um aumento do nível de consciência, com metade (51%) a afirmar estar mais preocupada com as alterações climáticas do que há cinco anos. Esta consciência ambiental é mais evidente nos jovens, entre os 18 e os 34 anos, que se revelam também mais preocupados com o impacto destas alterações no presente, do que nos acima dos 55 anos, que dizem estar pouco preocupados.