31 de dezembro de 2018 Uma equipa de investigadores da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, descobriu que a molécula interleucina-6 (IL-6) desempenha um papel importante na redução da gordura visceral. O estudo, publicado na revista científica “Cell Metabolism”, conclui que quando o recetor desta molécula não está presente, o exercício físico não tem qualquer efeito de redução da gordura da barriga.
Sabendo que esta molécula estimula o processo da degradação da gordura no organismo, os cientistas questionaram-se se esta também não poderia ser a chave em relação à gordura abdominal.
Durante a investigação, foi utilizado um composto que bloqueia a atividade da IL-6 a par com um programa de treino de 12 semanas para um grupo de 53 adultos obesos, distribuídos por 4 subgrupos.
Dois dos grupos não fizeram qualquer tipo de exercício e os restantes dois seguiram um programa de sessões semanais de bicicleta de 45 minutos cada.
Simultaneamente, uma parte dos participantes, quer dos que fizeram e dos que não fizeram exercício, foi-lhes administratdo uma injeção do composto que é utiizado no tratamento da artite reumatoide e que bloqueia o efeito da IL-6. Já os restantes participantes receberam placebo.
«Como era expectável, uma intervenção de 12 semanas consistindo em exercício de bicicleta diminuiu a gordura abdominal visceral em adultos obesos». No entanto, o artigo indica que os resultados no grupo que tomou o fármaco foram bastante diferentes: a gordura abdominal aumentou em média 278 gramas, quando comparado com o grupo que fez exercício e tomou o placebo. Foi ainda registado um aumento do colesterol.
«Tanto quanto sabemos, este é o primeiro estudo que mostra que a IL-6 desempenha um papel fisiológico na regulação da gordura abdominal nos seres humanos», diz a principal autora do estudo Anne-Sophie Wedell-Neergaard, citada pelo jornal “Público”.
A investigadora sublinha que agora «são necessários mais estudos para detalhar melhor o papel desta molécula num contexto de doença», nomeadamente no caso da artrite reumatoide, já que o objetivo não era estudar essa questão, mas apenas isolar o papel da molécula IL-6 neste contexto.
No futuro, entre outras hipóteses, os investigadores vão tentar perceber se a IL-6 administrada através de uma injeção é capaz de reduzir a massa de gordura visceral por conta própria, sozinha e sem que seja preciso exercício físico. |