Um estudo realizado pelos Institutos Nacionais de Saúde americanos concluiu que cortar 25% das calorias por dia tem vários benefícios significativos para a saúde.
Os cientistas procuraram analisar se reduzir a quantidade de calorias ingeridas aumenta a esperança de vida, reduzindo o risco de cancro e de doenças relacionadas à idade.
Para isso, analisaram um grupo de 143 pessoas, com idades compreendidas entre os 21 e os 50 anos. A análise demorou dois anos e durante esse período todos praticaram uma dieta de restrição calórica. Apesar de poderem comer todo o tipo de alimentos, deveriam reduzir a quantidade consumida, de modo a diminuir o total de calorias ingeridas em cerca de 25%.
Para conseguirem essa redução frequentaram um programa de formação intensiva, durante a qual aprenderam a cozinhar refeições com baixo teor calórico, assistiram a sessões de grupo e tiveram consultas regulares com especialistas em nutrição.
Verificou-se que os participantes só conseguiram cortar 12% da percentagem total de calorias. Mas mesmo assim, registaram várias melhorias na sua saúde cardiovascular e no seu metabolismo.
No final da investigação, o grupo tinha perdido peso, massa gorda, baixado os níveis de colesterol e reduzido ligeiramente a pressão arterial. Também se notou uma diminuição dos níveis de inflamação e uma regulação da quantidade de açúcar no sangue.
O estudo avança que a dificuldade em se manter uma restrição calórica deve-se ao “ambiente de obesidade, com uma abundância de alimentos ricos em energia e pobres em nutrientes, que são baratos, acessíveis e fortemente comercializados” em que vivemos.
A restrição calórica é viável, se a combinarem com outras estratégias dietéticas como a dieta mediterrânea, jejum intermitente ou ingestão reduzida de hidratos de carbono.
Contudo, esta restrição calórica pode ser uma ferramenta útil para a saúde e para a perda de peso, mas não está claro se as mudanças registadas no estudo se traduzirão em longevidade e numa diminuição nos casos de doenças crónicas porque, para isso, estes progressos terão de ser sustentados, ao logo do tempo, de modo a produzirem benefícios a longo prazo.
Para termos de comparação foi analisado outro grupo com 75 pessoas, igualmente saudáveis, durante o mesmo período de tempo, mas sem nenhum tipo de restrição calórica. As conclusões não mostraram nenhuma melhoria.
O estudo concluiu que a percentagem de participantes que levou a dieta até ao fim foi bastante alta, e aqueles que conseguiram melhoraram significativamente a qualidade do seu sono, os níveis de energia e a sua qualidade de vida, contribuindo assim para o seu bom humor.