23 de julho de 2018 Um estudo do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), envolvendo 746 jovens do Norte dos 14 aos 24 anos, revela que 85% já consumiu álcool e que 15% bebe mais de uma vez por semana. Os resultados deste estudo mostram igualmente que 17% dos jovens já usaram drogas pelo menos uma vez e que um em cada dez as consome regularmente, hábito que iniciaram, em média, aos 16 anos, informou hoje o centro de investigação, citado pela “Lusa”. Dirigido pelo investigador Paulo Santos e publicado agora na revista científica “Journal of International Medical Research”, o trabalho revela que aproximadamente 15% dos jovens bebem álcool mais de uma vez por semana, 58% já fumaram, 17% são fumadores regulares e mais de 10% admitem consumir substâncias ilícitas semanalmente. O também médico de família frisou que existe, em Portugal, um «consumo de álcool muito superior ao que registado em tudo quanto está publicado», inclusive em termos internacionais. Dentro dessas drogas ilícitas, os canabinóides ocupam o primeiro lugar, seguindo-se as drogas adquiridas nas smartshops, que foram entretanto consideradas ilegais. «Encontrámos uma elevada prevalência de consumo de substâncias aditivas, em particular de álcool, entre os jovens e adolescentes, existindo claramente uma atitude cultural que influencia esse consumo e que deve ser abordada», explicou o investigador e médico de família, referido na nota informativa. Outra das conclusões indica que os jovens tinham em média 14 anos apenas quando beberam álcool e fumaram pela primeira vez, tendo a iniciação nas drogas acontecido aos 16 anos. De acordo com o investigador, neste trabalho, o consumo de drogas aparece associado ao consumo prévio de álcool e de tabaco, «reforçando a ideia de que o consumo de substâncias legais pode levar ao consumo de substâncias ilegais». «Tudo indica que existe uma progressão no uso de drogas, isto é, uma escada de adição em que o uso de uma droga se associa um maior risco de consumir outras drogas ao longo da vida», salientou. É através do álcool, continuou Paulo Santos, «que se dá a entrada nas drogas, é por aí que se faz a escalada, porque é a substância que aparece mais precocemente na vida dos jovens, dos consumidores». Segundo o CINTESIS, apesar de o consumo de álcool e de tabaco serem semelhantes entre os jovens que frequentam e os que não frequentam a escola, verificou-se que o uso de substâncias ilícitas é menos comum entre os que continuam a estudar e que ao desemprego associa-se com um maior consumo de drogas entre os mais novos. |