Estudo: Imposto sobre refrigerantes reduziu consumo 1472

De acordo com um estudo do Observatório da Sociedade Portuguesa da Universidade Católica, dedicado a conhecer os hábitos alimentares dos portugueses, o imposto especial sobre as bebidas com maior teor de açúcar levou mais de 40% dos inquiridos a reduzir o seu consumo, comportamento que adotariam também com novos impostos semelhantes.

Na secção dedicada à perceção de políticas de promoção de hábitos alimentares saudáveis, 41,1% dos participantes afirmam que reduziram o consumo de bebidas açucaradas depois da entrada em vigor do imposto especial sobre estas bebidas, cerca de 10% deixaram de as consumir por completo e 36,8% dos participantes admitem ainda que refletem mais antes de as consumir.

“Os participantes concordam em geral com a aplicação de impostos especiais a alimentos com alto teor de açúcar, sal ou gordura”, indica o relatório do estudo.

Alimentos como refrigerantes (alto teor de açúcar), batatas fritas de pacote (alto teor de sal), gelados (alto teor de açúcar) e enchidos (alto teor de gordura), são exemplos de alimentos em relação aos quais os participantes no estudo admitem concordar com novos impostos especiais, o que levaria a 41,3% dos participantes a reduzir o seu consumo. Já 35,5% dos inquiridos admitem que novas taxas levariam a uma maior reflexão sobre o seu consumo.

Na seção sobre hábitos alimentares, os resultados mostram que o consumo de frutas e vegetais é a categoria que a grande maioria associa a uma dieta saudável, com 90,3% dos inquiridos a dar essa indicação, e que o excesso de açúcar, sal e gordura prejudicam uma alimentação saudável.

Comer uma variedade de alimentos (87,8%), evitar alimentos com muito açúcar (84,3%); evitar alimentos com muita gordura (77,2%); evitar comidas com aditivos (75,4%); e evitar o consumo de sal (67,7%), foram as outras respostas dadas.

Reduzir hidratos de carbono, comer menos carne e mais peixe fazem parte da conceção de dieta saudável de metade dos participantes.

Mais de 90% dos inquiridos considera o seu regime alimentar entre moderadamente a bastante saudável e 83,4% admite ter feito mudanças nos hábitos alimentares nos 12 meses anteriores ao inquérito.

Entre as mudanças mais referidas encontra-se uma maior ingestão de água, um menor consumo de álcool, um consumo de mais frutas e vegetais e de menos açúcar.

O estudo foi realizado entre novembro e dezembro de 2019, através de um questionário online, em que o nível de concordância foi medido numa escala de 1 a 7, em crescendo com o grau de concordância. Responderam 995 pessoas, sendo a maioria dos participantes mulheres (657). Os participantes tinham idades compreendidas entre os 18 e os 73 anos e mais de 70% tem habilitações ao nível do ensino superior.