De acordo com um estudo conjunto da Faculdade de Medicina de Coimbra e da Nova Medical School, publicado na revista científica “Archives of Osteoporosis”, dois em cada três portugueses têm falta de vitamina D.
Este estudo, que analisou a carência de vitamina D na população portuguesa adulta, indica que mesmo durante o verão pouco mais de metade (56,8%) dos portugueses conseguem atingir valores normais de vitamina D, e que no inverno apenas dois em cada 10 portugueses apresenta níveis normais de vitamina D.
Relativamente à localização geográfica, os Açores são a região portuguesa que registou níveis mais elevados de insuficiência e deficiência de vitamina D, atingindo 82% da população. Uma das razões apresentada para estes valores prende-se com a “intensa nebulosidade que se verifica no arquipélago dos Açores”, indica o estudo.
Já o Algarve apresenta os valores mais baixos de insuficiência e deficiência de vitamina D, correspondendo apenas a 45% da população ao longo de todo o ano.
No restante território continental a percentagem de portugueses com insuficiência desta vitamina ronda os 58,7%, enquanto que na Madeira atinge os 69,7%.
Para além da estação do ano e da localização geográfica, o avançar da idade e a obesidade, são outros factores responsáveis pelo aumento de risco de deficiência e insuficiência de vitamina D.
Segundo este estudo, as consequências mais evidentes da carência de vitamina D são problemas ósseos e musculares, com uma maior propensão para fraturas com pequenos traumatismos, e em casos mais graves com dores ósseas e musculares espontâneas, falta de forças e cãibras. Aliás, muitos destes sintomas chegam a ser associados, erradamente, como sinais de envelhecimento normal, indica a investigação.
Para colmatar estes valores, o estudo indica as duas formas para se conseguir atingir os níveis ideais de vitamina D: a exposição solar e o uso de suplementos alimentares, pois “a alimentação tem um contributo escasso para suprir as necessidades fisiológicas desta vitamina, especialmente através de peixes gordos selvagens, gema de ovo e alguns cogumelos”.
Estes valores levam a concluir que a carência desta vitamina é um problema de saúde pública de nível mundial que em Portugal é ainda desvalorizado.
Este estudo usou uma amostra de 3.092 pessoas, com mais de 18 anos, de todo o país.