Estudo do Politécnico de Coimbra: Gelatina vegetal reduz o colesterol 812

Um estudo científico da Escola Superior de Tecnologia da Saúde (ESTeSC) do Politécnico de Coimbra (IPC) indica que a gelatina vegetal reduz o colesterol.

A investigação foi elaborada por Ana Valado, docente e investigadora da ESTeSC-IPC, mostra “que o potencial bioativo da carragenana, elemento presente na gelatina vegetal, faz baixar os níveis de colesterol no sangue”.

“Este carboidrato é obtido a partir de extratos de algas marinhas e reduz a porção de lípidos no sangue, isto é, a quantidade de gordura acumulada”, explica Ana Valado, citada na nota, envida à agência Lusa.

A investigadora indica que as alterações no perfil lipídico provocadas pelo uso da substância na produção de gelatina vegetal conduzem a “uma diminuição significativa nos níveis de colesterol”.

A carragenana, “além de contribuir para a não acumulação de gordura no sangue”, funciona como antioxidante, anticoagulante, anticancerígeno, antifúngico e antiviral.

“Estas características, a par de se tratar de uma substância que facilmente incorpora uma solução aquosa, permitindo a formação de géis sem alterar o sabor ou a cor, fazem da carragenana um elemento já amplamente usado na indústria alimentar, como espessante, gelificante e estabilizante para a produção de leite achocolatado, requeijão, cerveja e molhos”, indica a nota.

Ana Valado explica que “foi feita uma comparação de análises sanguíneas em voluntários, antes e após um período de 60 dias, durante o qual consumiram diariamente 100 ml de gelatina vegetal”.

Contatou-se que “os indivíduos que participaram no estudo apresentavam níveis elevados de colesterol, sendo tanto do sexo feminino como masculino, com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos, seguindo uma dieta mediterrânea”.

Os dados mostram que “a redução dos níveis de colesterol provocada pela ingestão de gelatina vegetal, aliada a um estilo de vida saudável, contribui para a prevenção ou diminuição das doenças cardiovasculares, principal causa de morte em todo o mundo”.

A investigação tinha como objetivo de mostrar que, apesar de culturalmente menos usual, “uma dieta mediterrânea é capaz de usufruir dos benefícios da ingestão de algas marinhas, que são ricas em minerais, vitaminas e fibras e pobres em gorduras, algo característico dos países asiáticos, como o Japão, onde a incidência de doenças cardiovasculares é reduzida e a esperança média de vida é maior”, explica Ana Valado.