De acordo com um estudo publicado na revista Science Translational Medicine, em outubro, de investigadores da UT Southwestern, uma dieta rica em açúcar pode contribuir para o aparecimento de doenças inflamatórias intestinais.
O estudo denominado por “Dietary simple sugars alter microbial ecology in the gut and promote colitis in mice“, é da autoria de Shahanshah Khan, Sumyya Waliullah, Victoria Godfrey, Md Abdul Wadud Khan, Rajalaksmy A. Ramachandran, Brandi L. Cantarel, Cassie Behrendt, Lan Peng, Lora V. Hooper e Hasan Zaki.
Para entender o efeito dos açúcares da dieta simples na colite, os investigadores alimentaram ratos com glicose a 10% por 7 dias. Essa dose de glicose é clinicamente relevante porque os refrigerantes contêm cerca de 15% de açúcar. Foram também administrados com 2,5% de sulfato de dextrano de sódio (DSS) e 10% de glicose.
Os ratos tratados com glicose mostraram extrema sensibilidade ao tratamento DSS e sofreram de colite agressiva com diarreia com sangue e perda rápida de quase 20% do peso corporal, enquanto os ratos controle permaneceram saudáveis com peso estável. Constatou-se também que aos ratos tratados com glicose tinham um cólon mais curto, assim como colite com a perda de criptas epiteliais, inflamação e ulceração.
Concluiu-se que diferentes tipos de açúcar alteraram notavelmente a população microbiana do intestino dos animais. Contudo, a glicose foi considerada o pior tipo de açúcar pois os ratos que a consumiram desenvolverem colite e mostraram um aumento significativo na gravidade dos sintomas.
Esta experiência revelou um aumento de bactérias conhecidas por produzir enzimas que podem degradar a camada de muco que protege o revestimento do intestino grosso.
No estudo, os investigadores explicam que “a camada de muco protege o tecido da mucosa intestinal. Uma maior abundância de bactérias degradadoras de muco, incluindo Akkermansia muciniphila e Bacteroides fragilis, em ratos é, portanto, um risco potencial para a barreira de muco intestinal”.
Visto esta experiência feita em ratos verificar que as alterações do microbioma influenciam fundamentalmente a gravidade das Doenças Inflamatórias do Intestino (DII), os investigadores levantam a hipótese de que dietas com alto teor de açúcar em humanos podem ser um fator-chave que sustenta o rápido aumento da prevalência de DII.
Pode consultar o estudo aqui.