De acordo com um estudo publicado recentemente na revista Stem Cells Translational Medicine, o uso de células estaminais mesenquimais extraídas do tecido do cordão umbilical é um procedimento eficaz e seguro no tratamento de doentes com Covid-19 em fase aguda. O estudo levado a cabo pela Universidade de Miami, nos E.U.A, materializou-se na realização de um ensaio clínico de fase I e II com a inclusão de 24 doentes.
Do total de participantes neste ensaio clínico, 12 dos indivíduos foram sujeitos a duas infusões com um preparado de células estaminais mesenquimais, previamente criopreservadas, e o grupo de controlo do qual faziam parte os restantes 12 indivíduos foram sujeitos a uma infusão de um preparado sem células estaminais mesenquimais. Tratou-se assim de um ensaio com um grupo de controlo e duplamente cego de forma a reforçar a solidez das conclusões do estudo.
De entre as principais conclusões, o estudo revelou que existia uma melhoria significativa na sobrevida dos doentes sujeitos à infusão das células estaminais mesenquimais, do tecido do cordão umbilical, quando comparado com o grupo de controlo. Os doentes do grupo sujeito à terapia celular registaram um índice de sobrevida de 91%, quando o grupo de controlo se ficou pelos 42%.
“Estes resultados devem ser recebidos de forma entusiástica pela comunidade científica e médica, pois permitem lançar as bases para a necessidade de realização de um ensaio clínico de fase II/III com a inclusão de um maior número de doentes de forma a que as conclusões sejam ainda mais robustas”, afirma João Sousa Diretor de Qualidade do laboratório BebéVida.
Esta alternativa terapêutica em estudo, através da infusão de células estaminais, é de absoluta necessidade pois apesar de o plano de vacinação da população estar a decorrer durante os próximos meses, continuarão a existir doentes infetados com o novo coronavírus em fase aguda e que vão necessitar de um tratamento eficaz e seguro.
“A terapia celular com células estaminais mesenquimais extraídas do tecido do cordão poderá vir a tornar-se um procedimento bem estabelecido no tratamento de doentes com Covid-19 em fase aguda”, conclui João Sousa.
Apesar da limitação do número de participantes, o estudo revelou que este é um procedimento clínico seguro com muito poucos casos de reações adversas, principalmente nos doentes do grupo sujeito a terapia com células estaminais.
O estudo completo pode ser visto aqui (https://stemcellsjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/sctm.20-0472)