Estudo defende forma mais eficaz de beber água 1667

David Nieman, professor de saúde pública na Appalachian State University e diretor do Human Performance Lab no North Carolina Research Campus, nos Estados Unidos, tem efectuado várias investigações sobre como se bebe água no dia-a-dia, e constatou que esta pode não ser a mais eficaz para a saúde do seu organismo.

O investigador baseou-se noutro estudo, de 2015, publicado em 2016 no The American Journal of Clinical Nutrition de cientistas da School of Sport, Exercise and Health Sciences, Loughborough University, Loughborough, no Reino Unido.

O estudo de 2015 apresentava resultados de uma experiência ao nível dos efeitos a curto prazo da hidratação. Os voluntários consumiram mais de uma dúzia de bebidas diferentes, desde água normal a bebidas energéticas, leite, chá cerveja, entre outras. Com base nas análises de urina recolhidas dos voluntários do estudo, os investigadores concluíram que várias bebidas – incluindo leite, chá e sumo de laranja, mas não as bebidas energéticas – eram mais hidratantes que a água pura.

Tendo em conta este estudo, David Nieman fez as suas pesquisas e defende que a água normal tem tendência a passar pelo sistema digestivo humano quando não é acompanhada de alimentos ou nutrientes, sem surtir o efeito desejado.

“Se está a beber água e, passadas duas horas, a produção de urina é muito alta e a (própria urina) está clara, significa que a água não está a fazer efeito”, esclarece David Nieman.

Contudo, a solução não está em substituir a água por outras bebidas. O que se aconselha é beber menos mas acompanhar com alimentos para que a hidratação seja mais eficiente.

Isto porque a ingestão de água com aminoácidos, gorduras e minerais parece ajudar o corpo a absorver e reter mais H2O, mantendo melhores níveis de hidratação. Portanto, de nada vale consumir vários litros de água se estiver de estômago vazio.

David Nieman refere ainda que o consumo excessivo de água pode ser prejudicial.

“Em atletas ou pessoas que estão a fazer exercício durante horas, se estiverem apenas a beber água, podem “empurrar” muito sódio para a urina, o que leva a um desequilíbrio nos níveis de sódio do corpo”, indica o investigador.

A esta condição, os médicos chamam de hiponatremia. Nestes casos, as bebidas energéticas (principalmente as que são utilizadas em contexto desportivo) são uma boa alternativa, pelo que se vê muitos atletas de alta competição a intercalar a ingestão de água normal com bebidas energéticas.