Estudo Deco: pandemia levou a menos desperdício de alimentos 1228

A Deco Proteste realizou, em conjunto com as congéneres espanhola, belga e italiana, entre janeiro e fevereiro, um estudo sobre desperdício alimentar.

De acordo com o inquérito realizado, a pandemia de covid-19, mudou a nossa gestão de alimentos em casa, e deita-se agora “muito menos comida para o lixo”.

Segundo este estudo, 56% dos portugueses admitiram deitar para o lixo “um pouco” dos alimentos que consumiam em casa. Contudo, num inquérito realizado em abril, com a quarentena em pleno, a percentagem desceu para os 19%.

Outro valor que se alterou, foi no que respeita aos que diziam que não deitavam nada ou quase nada fora. De 32% antes da pandemia, depois de abril, passou para os 79%. Antes de abril, cerca de 12% das pessoas admitiam desperdiçar “algo” ou “muito” em casa, depois do confinamento, esse desperdício reduziu-se a 2% dos alimentos comprados.

E esse desperdício também muda de acordo com quem vive sonho ou em agregados de quatro ou mais pessoas. Antes da quarentena, 11% dos que viviam sozinhos indicavam desperdiçar entre “alguma coisa” e “muito”. Já nos agregados de quatro ou mais pessoas, quase 15% assumiam que deitavam alimentos para o lixo. Durante a quarentena, as percentagens caíram abruptamente: 1,1% nos lares de uma só pessoa e 2,4% nos que contabilizam quatro ou mais.

E porque ia a comida para o lixo? Um em cada quatro inquiridos alegou ter sido por se ter estragado, dado não ter sido consumida a tempo, 23% porque cozinharam demasiada comida para a refeição, 17% alegaram que a comida estava mal preparada, 17% que a comida sabia mal, e 16% indicaram que a comida se estragou por estar mal conservada.

Relativamente às datas de validade nos alimentos, 26% dos inquiridos percebem a distinção entre as menções “consumir até” e “consumir de preferência antes de”, presentes nas embalagens.

Contudo, cerca de 55% dos inquiridos confessaram ter dificuldade em perceber qual a data indicada no rótulo: a data-limite de consumo ou a data de durabilidade mínima. Já 47% assumiu a dificuldade em encontrar a data de validade nas embalagens, e 54% acham difícil a leitura de uma, quando a encontram.

O estudo foi realizado entre janeiro e fevereiro de 2020, através de envio de questionários online e em papel a uma amostra da população entre os 30 e os 74 anos. Foram obtidas 833 respostas válidas. A fim de comparar determinadas dimensões pré e pós-covid, algumas questões foram enviadas novamente a uma amostra representativa, em abril de 2020.