Estudo: Culturas distintas têm sensibilidade diferente ao sabor amargo 916

De acordo com um estudo publicado na Food Quality and Preference, pessoas de culturas distintas podem ter uma sensibilidade diferente ao sabor amargo.

O estudo, denominado por “Cross-cultural differences in lingual tactile acuity, taste sensitivity phenotypical markers, and preferred oral processing behaviors“, é da autoria de Camilla Cattaneo, Jing Liub, Anne C. Bech, Ella Pagliarini e Wender L.P. Bredieb.

Esta investigação teve como intuito estudar as “diferenças nos comportamentos de processamento oral preferidos entre consumidores caucasianos chineses asiáticos e dinamarqueses e a possível relação com a acuidade tátil lingual e os dois marcadores fenotípicos de sensibilidade gustativa mais bem pesquisados, como a capacidade de resposta do 6-n-propiltiouracil (PROP) e Densidade da papila fungiforme (FPD).

Para isso foram estudados um total de 152 consumidores (75 chineses, 77 dinamarqueses). “A acuidade tátil lingual foi avaliada de acordo com as respostas à estimulação com filamentos de von Frey. A responsividade ao PROP e ao FPD também foi determinada”, explica o estudo.

Após análise dos dados, foram encontradas diferenças entre populações nos comportamentos de processamento oral de alimentos.

Os chineses mostraram preferir um “processamento suave” (77% da população), com um processamento de alimentos leves na boca. Já os dinamarqueses preferiram um “processamento firme” (73% da população), com preferência por alimentos que precisavam de processamento firme na mordida e na mastigação.

Verificou-se ainda que o grupo de “processamento firme” parecia ser mais sensível ao toque no ápice da língua em comparação com os de “processamento suave”.

No que respeita às diferenças entre as populações na acuidade tátil lingual, estas não foram significativas. Contudo foram encontradas diferenças na responsividade FPD e PROP.

O estudo conclui que há “evidências sobre as diferenças culturais nos comportamentos de processamento oral preferidos e nos dois marcadores fenotípicos de sensibilidade ao paladar”.

Contudo, alerta para a necessidade de haver mais estudos de modo a estabelecer relações conclusivas entre o comportamento de processamento oral preferido e a acuidade tátil oral, a responsividade do PROP e a anatomia da língua.

Pode consultar o estudo aqui.