Estudo: cultivo de algas não nativas deve ser evitado para consumo humano 994

De acordo com um relatório, publicado pelo Joint Research Centre (JRC), o cultivo de espécies não nativas de algas para consumo humano deve ser evitado na Europa, já que não existem evidências quanto à sua segurança.

Este estudo foi realizado por Rita Araújo, investigadora portuguesa do JRC, da Comissão Europeia.

Fatores como a identificação das espécies e o uso incorreto de nomes de espécies têm implicações diretas em relação à segurança ou qualidade nutricional das algas como produtos alimentares ou suplementos.

Os erros na identificação das espécies de algas podem limitar a sua utilização como alimento ou suplemento, dado que a sua aprovação é geralmente baseada em espécies creditadas.

Ainda que os impactos possam ser menos evidentes no caso das microalgas ou algas marinhas, concluiu-se que deve ser adotada uma abordagem cautelosa no cultivo de espécies não nativas.

Segundo a investigadora, a introdução destas espécies no quadro alimentar pode levar a impactos desconhecidos.

As algas pertencem ao grupo de organismos eucarióticos aquáticos e fotossintéticos, que são geralmente divididos em microalgas e macroalgas.

As microalgas são organismos fotossintéticos microscópicos, habitualmente encontrados em suspensão na água. As macroalgas são organismos visíveis a olho nu e com formas multicelulares mais complexas.

No que respeita à produção de algas, a investigadora concluiu que, por vezes, a identificação de algumas espécies pode ser muito difícil, já que existem diferenças quanto à taxonomia destes organismos.

A autora deste estudo esforçou-se para tentar compreender as toxinas que são produzidas por algumas espécies de algas. É o caso de Porphyra sensu lato, Gracilaria sensu lato ou Ulva, tipos de algas que ainda não foram totalmente esclarecidas.

Há a necessidade de serem criadas novas técnicas moleculares para se compreenderem os riscos de utilização das espécies de algas comercializadas na Europa. Atualmente, cerca de 74% das espécies de algas creditadas para consumo humano são produzidas na Europa.

Estas técnicas permitem compreender a taxonomia das algas e esclarecer os géneros e as espécies de algas mais problemáticas.

Conforme refere o relatório, a Parachlorella kessleri, Auxenochlorella protothecoides e Chlorella sorokiniana estão entre as espécies de algas mais consumidas no continente europeu.

Pode consultar o estudo aqui.