Um estudo da Universidade do Alabama em Birmingham (UAB), nos EUA, e publicado no Journal of Adolescent Health, mostra que o consumo frequente de refrigerantes por adolescentes pode contribuir para que estes tenham um comportamento agressivo ao longo do tempo.
O trabalho foi denominado por “Soft Drink Consumption and Mental Health in Adolescents: A Longitudinal Examination” e esteve a cargo de Sylvie Mrug, LaRita C. Jones, Marc N. Elliott, Susan R. Tortolero, Melissa F. Peskin, Mark A. Schuster da UAB.
O estudo analisou 5.147 crianças, de 11, 13 e 16 anos, assim como os seus cuidadores de três locais diferentes. Os jovens relataram a sua frequência de consumo de refrigerantes, comportamento agressivo e sintomas depressivos.
Após análise dos dados, verificou-se que o consumo mais frequente de refrigerantes foi associado a um comportamento mais agressivo e a sintomas depressivos nas idades de 11 e 13 anos. Sugere ainda que reduzir a ingestão de refrigerantes pelos adolescentes pode reduzir o comportamento agressivo, mas não os sintomas depressivos.
Os investigadores concluiram que “o consumo mais frequente de refrigerantes pode contribuir para o comportamento agressivo em adolescentes ao longo do tempo. Não há evidências de que o consumo de refrigerantes contribua para a depressão dos adolescentes. Pesquisas futuras devem examinar os efeitos longitudinais em intervalos mais curtos”, indica o estudo.
“Apesar das políticas de saúde pública destinadas a reduzir o consumo infantil de bebidas açucaradas, como impostos sobre refrigerantes e proibições de consumo nos bares das escolas, o consumo de bebidas açucaradas pelos jovens nos EUA continua a ser um problema significativo de saúde pública”, bem como em outros países”, indicou Sylvie Mrug, responsável pelo Departamento de Psicologia da Faculdade de Artes e Ciências, e uma das autoras deste trabalho.
Embora os resultados sejam normalmente interpretados em termos da contribuição dos refrigerantes para problemas emocionais e comportamentais, é igualmente provável que os problemas de saúde mental possam estar a impulsionar o consumo de refrigerantes açucarados, indicou a investigadora. Estudos experimentais mostram que alguns indivíduos consomem mais alimentos açucarados em resposta ao stress e emoções negativas.
Pode consultar o estudo aqui.