Estudo: Cogumelo pode prevenir problemas de memória 922

 

09 de novembro de 2018

Uma equipa de investigação do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR) da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) descobriu que o coriolus versicolor aumenta a complexidade dos novos neurónios formados no hipocampo adulto, uma área do cérebro ligada à memória.

«A nossa descoberta sugere que este cogumelo poderá contribuir para o fortalecimento da reserva neurogénica e possivelmente da “reserva

rgnitiva”», aponta Ana Cristina Rego, investigadora do CNC, docente da FMUC e corresponsável pela coordenação da investigação.

Frederico Costa Pereira, investigador do iCBR, docente da FMUC e corresponsável por este estudo, acrescenta que «uma dieta que inclua este suplemento pode fazer parte de uma estratégia que favoreça o envelhecimento saudável, incluindo a prevenção de défices cognitivos associados ao processo de neurodegenerescência». O investigador avisa, contudo, «que mais estudos pré-clínicos terão de ser realizados».

Publicado na revista “Oncotarget“, o estudo foi realizado em murganhos (ratinhos) submetidos a uma dieta com a biomassa do cogumelo, tendo-se verificado um aumento significativo do tamanho e arborização das dendrites (prolongamentos dos neurónios que permitem que estes comuniquem entre si) de novos neurónios formados no hipocampo adulto.

Durou cerca de 18 meses e contou com o patrocínio da Mycology Research Laboratories, empresa britânica focada em produtos de nutrição baseados em cogumelos, que mantém colaborações com várias universidades portuguesas.

William Ahern, diretor-geral da Aneid Produtos Farmacêuticos, que representa a farmacêutica britânica em Portugal, «mostra-se otimista com os resultados», sublinhando que «mais investigação básica e clínica terá de ser efetuada para demonstrar um aumento da “reserva cognitiva!», segundo uma nota divulgada pela Universidade de Coimbra, acedida pela agência “Lusa”.