05 de dezembro de 2017 A criação de animais para consumo humano significa menos saúde e pior ambiente, alertam investigadores num estudo internacional divulgado hoje, em que se sugere peixe, carne criada em laboratório e até insetos como fontes alternativas de proteína animal. «Pela saúde humana e pelo ambiente, os padrões de consumo alimentar terão que mudar», aponta-se no documento elaborado por um conselho que reúne as academias de ciências dos países da União Europeia, Noruega e Suíça, citado pela “Lusa”. A redução do consumo de proteína animal seria um dos passos a dar, argumentam os investigadores, que defendem que se deve investigar até que ponto os consumidores estariam disponíveis para aceitar alternativas inovadoras. Oportunidades não faltam nos oceanos mas é preciso dominar mais as técnicas de criação de recursos para consumo humano, enquanto a cultura de carne in vitro «pode ter um impacto ambiental mais baixo do que a criação de gado e isto também tem que ser investigado». «As alternativas às formas tradicionais de proteína animal que a Europa poderia admitir incluem alimentos dos oceanos, carne criada em laboratório e insetos», refere-se. Os investigadores apelam aos decisores para que se acabe com «os perversos incentivos no preço das dietas calóricas e se introduzam incentivos à alimentação nutritiva a preço razoável». Os países da União Europeia devem saber mais sobre o desperdício nos ciclos alimentares para o poder reduzir e cumprir os objetivos da economia circular. Pela via da genética, os investigadores salientam que «a Europa não deve abrandar nas oportunidades oferecidas pela engenharia genética e agricultura de precisão». Aos decisores políticos, recomenda-se que tenham em conta as descobertas nesses campos para ganhar em «saúde animal e produtividade e para a agricultura». «As alterações climáticas vão ter impactos negativos na alimentação, exigindo-se a prática de agricultura adequada ao clima e adoção de inovações na criação de plantas para enfrentar as secas», salienta-se no documento. Os investigadores destacam ainda que todos os países têm problemas de nutrição para resolver, seja a subnutrição e falta de micronutrientes ou o excesso de peso e obesidade. |