Estudo: Beber leite gordo pode ser bom para o coração 1767

 

 

21 de setembro de 2018

O consumo de leite gordo pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais, indica um estudo publicado na revista científica “The Lancet”, conduzido por investigadores da Universidade McMaster em Hamilton, no Canadá.

Mahshid Dehghan, a investigadora que liderou a pesquisa, em declarações à “TIME”, citado na revista “Visão”, afirmou que o estudo «mostra que o consumo de produtos lácteos pode ser benéfico para reduzir a taxa de mortalidade e o risco de doenças cardiovasculares, especialmente em países com baixos níveis de desenvolvimento, onde o consumo de lácteos é muito menor do que na América do Norte ou na Europa».

A investigação teve por base o registo da ingestão diária de lactose de mais de 130 mil pessoas, de 21 países diferentes e com idades compreendidas entre os 35 e os 70 anos.

Os participantes foram divididos em quatro grupos: os que não bebiam qualquer tipo de leite, os que bebiam menos de um copo por dia, os que ingeriam um ou dois copos e aqueles que bebiam mais de dois copos por dia. O tipo de leite ingerido, gordo ou magro, também foi tido em conta. Durante nove anos, foram também observados os níveis de saúde, no geral, de cada pessoa.

De acordo com os resultados, as pessoas que bebiam cerca de três copos de laticínios por dia tinham taxas mais baixas de mortalidade e um risco reduzido de vir a desenvolver uma doença cardiovascular ou AVC, relativamente aos que não ingeriam este produto.

Concluiu-se ainda que os participantes que bebiam três copos de leite gordo diariamente eram menos propensos a ter doenças cardíacas quando comparados com os que ingeriam apenas metade de um copo por dia. O estudo mostrou também que o consumo regular de leite e iogurte teve um impacto maior na mortalidade e bem-estar geral do que a ingestão de manteiga e queijo.

Os investigadores pretendem desconstruir a ideia de que são apenas benéficos os laticíneos com baixo teor de gordura, já que ela se baseava «no pressuposto de que a gordura saturada aumenta o colesterol LDL».

«Os laticínios contêm muitos outros componentes, que podem ser saudáveis: aminoácidos, vitamina K, cálcio, magnésio, etc. Não devemos concentrar-nos num único nutriente», defende a investigadora.