De acordo com o estudo denominado por “Ultra-processed food consumption and the risk of short telomeres in an elderly population of the Seguimiento Universidad de Navarra (SUN) Project” e publicado no American Journal of Clinical Nutrition, os alimentos ultraprocessados favorecem envelhecimento biológico, se consumidos com frequência.
Os alimentos ultraprocessados contêm aromas, corantes, emulsificantes e produtos manipulados, como gordura hidrogenada e amido modificado.
Este trabalho foi realizado por Lucía Alonso-Pedrero, sob a direção de Amelia Martí, da Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), e teve como coloaboradores Ana Ojeda-Rodríguez, Miguel A Martínez-González, Guillermo Zalba e Maira Bes-Rastrollo.
O objectivo desta investigação foi avaliar a associação entre o consumo de UPF e o risco de telômeros curtos em uma população idosa do Projeto Seguimiento Universidad de Navarra (SUN).
Esta investigação contou com 886 participantes (645 homens e 241 mulheres) com idades entre os 57 e os 91 anos recrutados no Projeto SUN (Espanha, 1999–2018).
Os participantes foram divididos em quatro grupos, desde os grandes consumidores de alimentos ultraprocessados (três ou mais por dia) até os mais moderados (menos de dois), e foi contabilizado o consumo diário de alimentos, assim como recolha de amostras de saliva, que foram analisadas geneticamente.
O estudo possibilitou medir um marcador do envelhecimento biológico (o comprimento de componentes genéticos chamados telômeros), levando em conta o seu consumo diário de alimentos ultraprocessados, sugere que uma má dieta pode fazer com que as células envelheçam de forma mais rápida.
Os participantes que consumiam estes alimentos em maior quantidade eram mais propensos a possuir histórico familiar de doenças cardiovasculares e de diabetes.
Os investigadores indicam ainda que são necessários mais estudos para confirmar estas observações, antes de se poder estabelecer uma relação de causa e efeito.
A ciência já estabeleceu uma relação entre os alimentos ultraprocessados, a maioria muito gordurosos, doces ou salgados, com doenças como obesidade, hipertensão, diabetes e alguns tipos de cancro. Os grandes consumidores deste tipo de alimento praticamente dobraram o risco de ter telômeros curtos em comparação com os que consumiam menos, segundo o estudo, apresentado no Congresso Europeu e Internacional sobre Obesidade (Ecoico 2020), realizado on-line entre 1º e 4 de setembro.
Pode consultar o estudo aqui.