16 de fevereiro de 2018 Um estudo da Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto alerta para a necessidade de se promover uma maior variedade alimentar entre as crianças, desde tenra idade, para que, mais tarde, estas tenham uma melhor relação com os alimentos e optem por uma alimentação mais saudável. A investigação, publicada na revista “Appetite”, avaliou a diversidade alimentar aos 4 e aos 7 anos de idade de cerca de 4. 700 crianças da coorte Geração XXI (projeto iniciado em 2005, que acompanha o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças da cidade do Porto). O objetivo era verificar de que forma o número de alimentos ou de grupos de alimentos diferentes que são consumidos ao longo de um período de tempo influenciava o apetite e a relação que as crianças têm com a comida a longo prazo. Os investigadores estudaram, concretamente, se a exposição precoce a uma maior variedade de alimentos saudáveis, como fruta e vegetais, levava as crianças a terem uma melhor relação com os alimentos e a fazerem opções mais saudáveis. Deste modo, o estudo demonstrou que as crianças com uma maior diversidade alimentar, aos 4 e aos 7 anos de idade, têm maior interesse pela alimentação em geral e são menos seletivas quanto ao que comem. Contrariamente, as crianças expostas a uma menor variedade alimentar são menos propensas a experimentar novos alimentos e não têm muito interesse pela comida. Em termos de saúde pública, «este estudo veio mostrar que, se promovermos uma maior diversidade alimentar, desde cedo, as crianças terão, mais tarde, uma melhor relação com os alimentos e tenderão a comer mais saudável. É por isso importante que os pais apostem na variedade alimentar e que adotem estratégias que promovam a aceitação e consumo de alimentos saudáveis pela criança», refere Sofia Vilela, primeira autora da investigação, coordenada por Carla Lopes, ao site da Universidade do Porto. O estudo designado de “Tracking diet variety in childhood and its association with eating behaviours related to appetite: The generation XXI birth cohort” é também assinado pelos investigadores Marion M. Hetherington (Universidade de Leeds) e Andreia Oliveira e está disponível para consulta aqui. |