02 de maio de 2017 Um estudo feito pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, que analisou mais de 84 mil amostras de alimentos em 2015, revelou que 97,2% tinham vestígios de pesticidas, embora dentro dos limites legais. Apesar de a EFSA considerar que o risco para a saúde dos consumidores continua baixo, a Quercus e a PAN-Europe estão preocupadas, sobretudo com os resíduos múltiplos, já que 28% dos alimentos apresentavam vestígios dos chamados “cocktails de pesticidas”. Entre a percentagem de comida europeia com vestígios (97,2%), 53,3% estava «livre de resíduos quantificáveis» – o que não quer dizer que estivesse isenta – e 43,9% tinham resíduos «não superiores aos limites legais». Bananas, passas e pimentos eram os alimentos com mais pesticidas, numa análise que também incluiu sumo de laranja, beringelas, brócolos, ervilhas, azeite, trigo, manteiga e ovos. Três quartos das amostras tinham origem na UE e as restantes em países terceiros, e 5,6% destas apresentavam resíduos acima dos limites europeus, uma percentagem que na UE é de 1,7%. Para a Quercus, as conclusões da EFSA, que considera que o risco para a saúde dos consumidores permanece baixo, são «um engano para os europeus», sobretudo devido aos cocktails. «O que seria desejável é resíduo zero. Os efeitos múltiplos são mais uma preocupação, na medida em que não são totalmente conhecidos os efeito sinérgicos e/ou cumulativos, havendo no entanto indícios bastante preocupantes nos estudos existentes», diz ao “DN” Paula Silva, da Quercus, que lamenta o facto de a EFSA ter deixado de publicar os números de pesticidas por amostra. Esta é também uma das principais preocupações da DECO, que nos últimos anos fez vários estudos sobre o tema. «Já não se encontram valores acima do limite máximo permitido e já há produtos livres de pesticidas. Mas encontramos várias misturas e não sabemos qual o efeito que têm sobre o consumidor», adianta Dulce Ricardo, do departamento de alimentação. Ao “DN”, a nutricionista Cláudia Cunha diz que, para fugir ao consumo de pesticidas, o ideal «é optar pelos alimentos biológicos». Embora, como revela Dulce Ricardo, já tenham sido encontrados vestígios destes produtos em alguns alimentos ditos biológicos. Em qualquer caso, destaca Cláudia Cunha, é importante que haja «uma boa lavagem com água» e que os alimentos sejam descascados. Como é na casca que está a fibra, a autora do blogue Nutrição e Companhia propõe «fazer uma mini-horta em casa». |