06 de outubro de 2017 O número de mulheres que amamentam em exclusivo os filhos até aos três e quatro meses quase que duplicou nas últimas duas décadas. De acordo com um estudo preliminar feito pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e pela Escola Nacional de Saúde Pública, que avaliou uma amostra de 5.912 mulheres com idades entre os 15 e os 55 anos, em 2014, 60% das mulheres residentes no continente amamentavam em exclusivo pelo menos até aos três meses, enquanto que em 1995/96 faziam-no cerca de 35% das mães. A evolução das últimas décadas é ditada pela «grande mudança» dos anos 1995 e 1996, explica Isabel Loureiro, especialista em saúde pública e uma das autoras do estudo. Portugal criou, em 1994, a Iniciativa Hospital Amigo dos Bebés a partir de um programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da UNICEF e começou a formar os primeiros especialistas em aleitamento materno que, por sua vez, iniciaram formações em hospitais. «Começou aí o esforço de consciencialização da necessidade de manter o bebé ao lado da mãe a seguir ao parto e de promover a amamentação para além dos primeiros dias de vida». «Gerou-se uma onda de entusiasmo», descreve, que cortou com as décadas anteriores em que «as pessoas defendiam que o bebé devia ser gordinho e em que se acreditou que o leite artificial seria melhor que o materno». «É impossível que o leite produzido artificialmente se aproxime em nutrientes e sabor ao leite materno», diz a professora catedrática da Escola Nacional de Saúde Pública, lê-se numa notícia do “Público”. |