Um inquérito realizado em maio a 1.600 estudantes revela ansiedade ecológica entre os jovens e o impacto da inflação nos orçamentos dos estudantes, faltando a quase oito em cada 10 estudantes dinheiro para comer bem no final do mês.
No estudo da Too Good To Go e do International Student Identity Card (ISIC), a que a Lusa teve acesso, 76% dos estudantes portugueses entre os 18 e os 25 anos responderam que não tinham dinheiro para comer bem no final do mês.
Desta forma, os estudantes dizem procurar alternativas para cobrir as necessidades básicas, tendo 94% alterado os seus hábitos de consumo e, destes, 20% ficou mais atento a evitar o desperdício alimentar.
Como estratégias de poupança e combate ao desperdício alimentar, o estudo mostra que 28% dos estudantes preparam uma lista de compras, 23% definem um orçamento máximo que não podem ultrapassar e 22% planeiam as refeições.
Mais de 60% dos jovens defendeu que é necessária mais ação e empenho na luta contra o desperdício alimentar por parte do governo e da administração pública, tendo três em cada quatro admitido estarem preocupados com a sustentabilidade e o futuro do planeta.
No entanto, mais de 50% dos estudantes admitem que desperdiçam parte da comida que compram, mas ressalvam que se trata de menos de 5% dos alimentos que compram.
Quanto às ações dos governos e das administrações públicas no domínio do desperdício alimentar, 62% dos estudantes considerou que não estão a ser feitas e que é necessário mais ação e empenho dos governantes.
Já quanto à perceção sobre as empresas do setor alimentar, mais de metade dos estudantes inquiridos reconheceram haver esforços.
A Too Good To Go disponibiliza uma aplicação para ajudar a evitar o desperdício salvando os excedentes alimentares diários, a preços reduzidos, de supermercados, restaurantes e lojas, e que está disponível em Portugal desde finais de 2019, contando com 1,8 milhões de utilizadores nacionais e mais de 4.000 estabelecimentos aderentes.
Segundo a empresa, esta aplicação salvou quase 4 milhões de packs de alimentos e evitou 9.500 toneladas de emissões de CO2.
O ISIC faculta uma identificação de estudante reconhecida globalmente, oferecendo aos seus portadores acesso a benefícios e descontos, incluindo alimentação.