Estado nutricional pode ser afetado por maus hábitos de sono 1048

02 de Dezembro de 2015

A redução das horas de sono, os trabalhos por turnos, o jet-lag ou a exposição excessiva à luz brilhante durante a noite, fazem com que o cérebro perca a perceção dos ritmos circadianos internos e externos, o que pode influenciar o estado nutricional de cada indivíduo.
 
Esta foi uma das questões debatidas na sessão científica extraordinária “Modelos conceptuais de nova implementação em nutrição comunitária” organizada pela Real Academia Nacional de Medicina (RANM) com a participação da Academia Espanhola de Nutrição (AEN) e com a colaboração da The CocaCola Company em Espanha, noticiou o “Notícias ao Minuto”.

Marta Garaulet, professora de Fisiologia e Nutrição da Universidade de Murcia, salienta que «a cronobiologia, ou seja, a avaliação do estado dos ritmos circadianos de cada indivíduo pode ser de grande interesse em nutrição. Sendo uma parte inata das nossas vidas, basta prestar atenção a estes ritmos circadianos, e o seu funcionamento adequado permite que o nosso organismo se antecipe e adapte às mudanças do meio ambiente».

Esta nova área de investigação em nutrição comunitária – continua a explicar Garaulet-, «poderá trazer muita informação sobre doenças relacionadas com a má nutrição como as doenças degenerativas, tais como obesidade, cancro e doenças cardiovasculares».

Isto reforça a ideia de que o papel protetor da dieta está ligado com estilos de vida saudáveis. A este respeito, Marcela González-Gross, professora de Nutrição Desportiva e Fisiologia do Exercício da Universidade Politécnica de Madrid, sublinhou que «está provado através de evidências científicas que a atividade física é um fator determinante da boa saúde». E que «um comportamento sedentário ou ativo pode determinar o padrão alimentar assim como a utilização metabólica dos nutrientes».

Nesta sessão foi ainda debatida a análise da deficiência de vitamina D como outro fator associado a diversas patologias.

«No nosso ambiente é muito comum a deficiência desta vitamina, que está envolvida no metabolismo ósseo, mas também associada a outros tecidos e sistemas», explica Victoria Arija, professora de Medicina Preventiva e Saúde Pública da Universidade Rovira e Virgili de Tarragona.

«Uma pobre ingestão de vitamina D através da dieta ou devido à fraca exposição solar está relacionada com cancro, doenças cardiovasculares e autoimunes, diabetes e depressão», refere Arija.