Diversos especialistas mundiais na área da optometria vão estar reunidos na XIX edição das Conferências Abertas de Optometria que se realiza nos dias 4 e 5 de novembro no Auditório Francisco de Assis, no Porto. Esta iniciativa da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), Entidade de Utilidade Pública, tem como lema “Sentido de dever e utilidade pública” e conta com a participação de mais de trezentos e cinquenta optometristas portugueses.
“Pretende-se realizar uma análise global do estado da arte da optometria e do acesso a cuidados de saúde da visão. Em Portugal estão claramente identificadas as dificuldades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em assegurar cuidados para a saúde da visão, com gigantescas listas de espera para consulta e cirurgia, e é mais do que reconhecida a total inexistência de cuidados primários para a saúde da visão”, afirma Raúl de Sousa, Presidente da APLO.
A APLO tem vindo a alertar que é urgente tomar medidas, em linha com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), apoiadas pelo Governo de Portugal, e que a solução reside numa estratégia efetiva para os Cuidados Primários para a Saúde da Visão, com a integração dos Optometristas no SNS como garantia de mais e melhor saúde da visão e, simultaneamente e não menos importante, com poupança para os cofres do Estado.
“Os Optometristas são especialistas dos cuidados primários para a saúde da visão com formação universitária extensa e profunda para a prescrição da compensação de erros refrativos e síndromes de visão binocular. Condições que representam mais de 85% da referenciação da medicina geral e familiar, pelo que é evidente o benefício de ter estas condições tratadas e geridas ao nível dos cuidados de saúde primários”, conclui Raúl de Sousa.
Segundo OMS a deficiência visual e a cegueira evitável são realidades que impactam a vida de milhares de milhões de pessoas em todo o mundo. A OMS sublinha que o acompanhamento clínico atempado feito por um Optometrista é determinante no sentido de detetar e intervir precocemente no tratamento das causas da deficiência visual e cegueira evitável, antes que evoluam para estados irreversíveis. Tem ganhos de saúde, produtividade e económicos assegurada e de dimensão extraordinária para Portugal.