Especialistas debatem as discrepâncias no acesso a tratamentos de doenças da coluna vertebral 506

Dados de 2011 a 2017 sobre o “Panorama das Cirurgias à Coluna no SNS” apresentados no Dia Mundial da Coluna

Lisboa, 15 de outubro de 2020 – A pandemia da COVID-19 tem acentuado as assimetrias regionais em diferentes frentes na área da saúde, uma realidade que já se fazia sentir no acesso a tratamentos de doenças da coluna vertebral e que poderá ter agravado. Para discutir esta realidade, em comparação com dados de 2011 a 2017, no âmbito do Dia Mundial da Coluna, que se assinala a dia 16 de outubro, realiza-se o evento “Panorama das Cirurgias à Coluna no SNS”, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia, da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia.

“As doenças da coluna vertebral já são a segunda principal causa de absentismo laboral, tendo-se tornado, ao longo das últimas décadas, na principal causa de incapacidade em todo o mundo. Neste sentido, o evento “Panorama das Cirurgias à Coluna no SNS” vem reforçar a importância das linhas orientadoras para os tratamentos e para a cirurgia de coluna, com informações claras sobre a melhor forma de tratar cada doente, e, por fim, a importância de uma aposta continua na formação de cirurgiões.”, explica Domingos Coiteiro presidente da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia.

Os principais temas de discussão com a apresentação destes dados será em torno dos atuais e emergentes métodos de diagnóstico, acompanhamento e tratamento de patologias da coluna para avaliar de que forma é que as assimetrias regionais têm contribuído para a falta de resposta a doentes com patologias da coluna e se a saúde da população portuguesa tem um impacto direto na produtividade e economia do país.

Determinados tipos de tratamentos só se realizam nos grandes centros, o que dificulta o acesso por parte dos doentes do interior. Segundo os dados que já tínhamos, era na região norte que se realizava a maior parte das cirurgias à coluna (46%). Lisboa e Vale do Tejo era a segunda região com maior número de cirurgias, com 37% dos procedimentos. Já o Alentejo e o Algarve registaram apenas 2% das operações. Resta saber estas diferenças são fruto das diferentes concentrações demográficas ou se refletem maior dificuldade de acesso aos cuidados de saúde fora dos grandes centros urbanos. Interessante será perceber, por comparação, de que forma a pandemia da COVID-19 poderá agravar esta realidade” reforça Miguel Casimiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral.

José Guimarães Consciência, especialista da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, frisa ainda que “segundo o estudo realizado entre 2011 a 2016, mais de metade dos doentes operados a patologias da coluna eram doentes em idade ativa (55%), o que de facto significa que a principal incidência das cirurgias à coluna vertebral não se tem detetado na população mais idosa, pelo que um eventual atraso na sua realização induzirá certamente um aumento do absentismo laboral, para além da antecipação já frequente das reformas. Torna-se assim fundamental avaliar estes números, perceber qual foi a evolução da situação e como ela se reflete na presente realidade”.

Este evento decorre em parceria com a IASIST Portugal, empresa parte do grupo IQVIA, a par com a Campanha “Josephine Explica a Escoliose” e a Campanha “Olhe pelas suas costas”, com o apoio da Medtronic.

Sobre a Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral:
A SPPCV foi fundada em 2003 com o objetivo de promoção, estudo, investigação e divulgação das questões inerentes à problemática da prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias da coluna vertebral.
https://sppcv.org/

Sobre a Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia:
A Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPNC) constituiu-se formalmente no dia 27 de Setembro de 1990, com a assinatura no 23º Cartório Notarial de Lisboa, da Escritura de Constituição de Associação. A SPNC tem como missão garantir a qualidade superior dos neurocirurgiões e dos cuidados neurocirúrgicos prestados à população, favorecendo e implementando programas de formação, transmissão da informação e desenvolvimento da investigação neurocirúrgica em Portugal. http://www.spnc.pt/

Sobre a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia:
A 27 de Novembro de 1947, um grupo de cirurgiões decidiu criar uma Comissão Organizadora para preparar os Estatutos da futura Sociedade Portuguesa de Ortopedia, que foram aprovados pelo Ministério da Educação a 4 de junho de 1950. A 21 de Fevereiro de 1953, o nome oficial da Sociedade Portuguesa de Ortopedia mudou para Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia. Ao longo dos anos, a SPOT teve objetivo de fazer progredir a ciência ortopédica, e de a divulgar perante os seus 1200 sócios. Atualmente, a SPOT tem a grande preocupação de se voltar para o exterior, para o público, que é a razão de ser da comunidade ortopédica.
http://www.spot.pt/