De acordo com um ensaio clínico realizado na Universidade Northwestern, no estado norte-americano de Ilinóis, é possível reverter a doença celíaca através de um tratamento com uma nanopartícula biodegradável que contém glúten.
A nanopartícula biodegradável “ensina” o sistema imunitário, em particular os macrófagos (células que intervêm na defesa do organismo contra infeções), a reconhecer que o glúten é seguro e não uma ameaça. Esta nanopartícula contêm gliadina, a principal componente tóxica para pessoas geneticamente sensíveis ao glúten.
O teste foi feito num grupo de doentes celíacos, uns foram tratados com a nanopartícula e uma semana depois, alimentado com glúten durante 14 dias. Outros comeram glúten sem receber o tratamento.
Conluiu-se que os celíacos tratados com a nanopartícula revelaram menos 90% de resposta imunitária à inflamação do que os doentes sem tratamento, que desenvolveram significativas respostas imunológicas à gliadina.
Este teste mostrou que é possível induzir a tolerância imune ao glúten, uma série de proteínas vegetais que existe em cereais como trigo, centeio, aveia e cevada.
Os resultados mostram também que, ao travar a resposta à inflamação, a nanopartícula demonstrou a capacidade de proteger o intestino delgado de lesões associadas à ingestão de glúten, sustentam os autores do ensaio clínico.
Os investigadores que conceberam esta nanopartícula consideram que o tratamento pode ser aplicado a outras doenças autoimunes, e nestes casos a nanopartícula terá na sua composição as substâncias que desencadeiam essas doenças ou alergias.
A doença celíaca é uma doença autoimune (gerada pelo próprio sistema imunitário) em que a ingestão de glúten provoca lesões no intestino delgado. Visto que não há tratamentos disponíveis, os médicos recomendam aos doentes para que evitem o glúten na sua dieta diária.