Engaço de uva pode ajudar na cura de feridas do Pé Diabético 986

Investigadores do CITAB da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro estão a estudar a aplicação de extratos de engaço de uva das castas Sousão e Syrah para avaliar o efeito antibacteriano num conjunto de microrganismos associados às feridas do pé diabético.

Este estudo decorre desde fevereiro de 2009, em mais de 120 doentes, no âmbito de um protocolo estabelecido com o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro e aprovado pela Comissão de Ética do mesmo.

O potencial biológico dos extratos já foi avaliado em isolados de úlceras do pé diabético, nomeadamente Staphylococcus aureus, bactéria que representa uma ameaça para a Saúde Pública e está referenciada na OMS como “agente patogénico prioritário”, resistente à meticilina (antibiótico utilizado no tratamento do pé diabético).

Os resultados mostram que através do “método de difusão em disco, em meio sólido, os extratos de engaço da casta Sousão apresentam atividade antibacteriana, maioritariamente bacteriostática, ou seja, impede o crescimento bacteriano”.

Já os extratos da casta Syrah, na concentração testada, “afetam a taxa específica de crescimento dos isolados Staphylococcus aureus e revelam um efeito bacteriostático”, indica a investigação.

Os extratos de engaço destas castas apresentam-se como uma “alternativa natural com potencial de ação efetiva contra a Staphylococcus aureus”, pelo que o uso na prevenção das infeções das úlceras do pé diabético “poderá ser de grande utilidade”, refere a investigação.

Os resultados obtidos através deste estudo são bastante relevantes já que a infeção do pé diabético é uma complicação tardia da diabetes mellitus que quando não controlada, pode levar à amputação dos membros.